tag:blogger.com,1999:blog-51430904095297210552024-03-13T01:48:20.476-07:00APL - Academia Palmense de LetrasAPL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.comBlogger293125tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-10756794935195746912020-03-23T06:12:00.002-07:002020-03-25T12:59:13.951-07:00<span style="color: #1c1e21; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: medium;">POR
QUE SOU DA PALMA. A CRÔNICA CONTINUA!!</span><br />
<div class="western" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0.16cm; margin-top: 0.16cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="color: #1c1e21;"><span style="font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: medium;"><br /></span></span></span>
<span style="color: #1c1e21;"><span style="font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: medium;">E
já que a crônica continua,<br />Eis mais historietas e tipos humanos
da Palma:<br />Quem lembra da COBAL, ao lado do Mercado Público?<span style="font-family: inherit;"><br />Foi
o nosso supermercado, a mercearia ambulante.<br />Andando rua abaixo,
vi o seu Antonio Alves,<br />com o calçamento espraiado de chapéu.<br />E
não posso deixar de falar do saudoso e inesquecível Antônio
Araújo,<br />o seu Toin, ao lado do oitão da casa, espraiando o
chapéu pra “informar” depois.<br />Sob a caldeira escaldante, vi
muitas vezes o seu Chaves, com o seu rosto pingando de
suor,<br />enfrentando o caldeirão ardente.<br />Ser da Palma é ter
visto e sentido tantas coisas...<br />Coisas que estão na parede da
memória, coisas que não se apagam, não se vão!<br />Nem o tempo é
capaz de apagar.<br />Ser da Palma é ter dançado no forró
pé-de-serra, no xote da sanfona do Raimundo Cassimiro<br />ou do
Timbeba, na cabana do Dourado.<br />Ser da Palma é ter conhecido a
Barbearia “O Zé Irineu”. O seu Zé, com retrato de mulheres
sensuais na parede, fazendo cabelo, barba e bigode.Na parede, as
pinturas realistas e tridimensional, com Nossa Senhora na copa da
árvore salvando um caçador das presas de uma cobra gigante.<br />Ao
lado da memorável barbearia, no casarão da esquina, estava o
ilustre Ubirajara Angelim, registrando a meninada que nascia.<br />Tudo
isso e muito mais foi a Palma de outrora, dos tempos dourados que não voltam
mais!!!</span></span></span></span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: medium;">(Davi Portela)</span>APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-83517477094290606132020-03-22T14:34:00.001-07:002020-03-25T12:59:23.279-07:00<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
<b>POR QUE SOU DA PALMA</b></div>
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ser do Coreaú é ter tomado banho na histórica barragem do nosso rio.</div>
<div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ser do Coreaú é ter conhecido a ginga do velho Vicente Chico nas rodas do maneiro-pau.</div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1c1e21; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
Ser da Palma é ter ouvido as anedotas do saudoso João Leotério, com as histórias de caçador nas noites de lua cheia.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ser do Coreaú é ter visto o saudoso Zé Baú na sua cinquentinha, carregada de menino.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ser do Coreaú é ter visto o “Malvado” na coluna da hora,na romântica praça da matriz.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Sou do Coreaú e já vi o Bar do Josafá, ao lado da Casa Leite, próxima ao Bar do Cará.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Vi o seu Chico do Santo, com o seu pijama listrado, na calçada do Mercado Público.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Também vi o saudoso e extrovertido Pedro Biló, com seus gracejos e brincadeiras jamais esquecidas.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ser do Coreaú é já ter degustado as broas que deram nome à Palma.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
É também ter visto a canoa do seu Valto, cortando os remansos das águas do rio.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ser da Palma é comer a famosa e saborosa tapioca do seu Chico Cristino e ter ouvido os dobrados do “Taxicó”, o seu Chico Irineu, de feliz memória.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Não posso ser plenamente palmense sem ter olhado com amor e encanto para o Serrote da Palma na florada do pau d'arco em flor.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Sou palmense e tive o prazer de ter ouvido o Zé Canarim e o Cordeiro, quando a banda passou.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Sou do Coreaú e já bebi água das cacimbas da Ponte Velha de Madeira e do Poço do Carro.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ser do Coreaú é conhecer a história do “Rabo da Gata”, o nosso Pelourinho!</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ser do Coreaú é ter visto a Chaga Mossoró, rua acima, rua abaixo, sem rumo, sem direção, “sem lenço nem documento”.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
A minha terra "amanhece na luz da campina” e “anoitece no meu coração".</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Sou da “Terra da Luz” e sou da Palma-Coreaú.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
E o poema não acaba, as crônicas continuam, pois “quem conta um conto, aumenta um ponto”.Agora é com você!!</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: center;">
Davi Portela</div>
</div>
APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-82427802661706324322020-03-21T11:01:00.001-07:002020-03-25T12:59:31.013-07:00POESIA PARA O DIA MUNDIAL DA POESIA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpg5Dd5zDtkErE8b-suiq3ii813QneOTmI1YNtBejtLZr-xfRI83NoYr7dQgRnTVleSX4jfExHVepJhaTfyVwb1OfYVlHBpCH_3-gTjPJzQT6X4YG6D5BkUyJOtSxzYtWDA_E9NdwADsb3/s1600/POESIA+CORONAV%25C3%258DRUS+21+de+mar%25C3%25A7o.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="525" data-original-width="736" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpg5Dd5zDtkErE8b-suiq3ii813QneOTmI1YNtBejtLZr-xfRI83NoYr7dQgRnTVleSX4jfExHVepJhaTfyVwb1OfYVlHBpCH_3-gTjPJzQT6X4YG6D5BkUyJOtSxzYtWDA_E9NdwADsb3/s400/POESIA+CORONAV%25C3%258DRUS+21+de+mar%25C3%25A7o.png" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzIldJASVZBdeGsfFpIai3AzzZaEllamK1ldwgSe_s0ivGijQhnYuWHF6Ua4HnPEYGctPw-WYm3QFXreeyzWiGm9Zj8bcM1laLidRz9e5c4kggKOm5eYmL0ihHetOpd7NccIJvpWXqqrs2/s1600/POESIA+CORONAV%25C3%258DRUS.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><b></b></a></div>
<br />APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-73355458925236952002019-08-28T07:36:00.003-07:002019-08-28T07:36:43.898-07:00Leruá :: Coreaú/CE<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/dox24MxOrFY" width="480"></iframe></div>
APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-85422917171068580072019-02-17T04:48:00.002-08:002019-02-17T04:49:38.301-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjd4jwaH6hMJSEkJA1PMqiU-LroSYAtob1h8L9h6a1caxI7sLcZu2nmC-K5R9lwEUKeUer0Hx0fs9W1G0iorii2eKldKMwglMZIXAJhVEqlnHcfx5gA9i5ADqguz093nv9kCy2slX6S-5hi/s1600/COREA%25C3%259A+PALMAS.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="534" data-original-width="755" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjd4jwaH6hMJSEkJA1PMqiU-LroSYAtob1h8L9h6a1caxI7sLcZu2nmC-K5R9lwEUKeUer0Hx0fs9W1G0iorii2eKldKMwglMZIXAJhVEqlnHcfx5gA9i5ADqguz093nv9kCy2slX6S-5hi/s400/COREA%25C3%259A+PALMAS.png" width="400" /></a></div>
<br />APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-45487794750648015822019-02-17T04:45:00.000-08:002019-02-17T04:45:06.936-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTa2329j8Sj5lZ6MT_yNb1eYZ3Rj-Gof57B7N4CNmcB7fKgig2xxuhoTR3WqmMwE8EFRBtLorL6lI242JzN2VkNv3Il1fkLJS1Lng-YCRYdrS1RbObuyww-19WUz20ByAh39WtibnzXsx-/s1600/HISTORIETA+DA+PALMA.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="526" data-original-width="515" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTa2329j8Sj5lZ6MT_yNb1eYZ3Rj-Gof57B7N4CNmcB7fKgig2xxuhoTR3WqmMwE8EFRBtLorL6lI242JzN2VkNv3Il1fkLJS1Lng-YCRYdrS1RbObuyww-19WUz20ByAh39WtibnzXsx-/s1600/HISTORIETA+DA+PALMA.png" /></a></div>
<br />APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-56463886154248887082019-01-27T11:57:00.000-08:002019-01-27T13:12:37.584-08:00PALMA: A Poesia dos Contextos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik2gMIzJeH0a-Du5xk3Z_RqhlvFresjvyqz5kV3dHt5c_VmTGQYJiTsEYNJU3lKiT4uO8oUkKTrDaqdmAsecCEdNSaEcgJrttTYEu6mhKECmVuBCMUqPNvmaTQCkx57S3W4dN41Z2RZamQ/s1600/IGREJA+PALMA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="543" data-original-width="813" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik2gMIzJeH0a-Du5xk3Z_RqhlvFresjvyqz5kV3dHt5c_VmTGQYJiTsEYNJU3lKiT4uO8oUkKTrDaqdmAsecCEdNSaEcgJrttTYEu6mhKECmVuBCMUqPNvmaTQCkx57S3W4dN41Z2RZamQ/s320/IGREJA+PALMA.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
Madrugada, é descanso!</div>
<div style="text-align: center;">
Ninguém passa, é repouso!</div>
<div style="text-align: center;">
A torre, no alto, observa:</div>
<div style="text-align: center;">
o canto da "rasgadeira", </div>
<div style="text-align: center;">
do pardal, da andorinha. </div>
<div style="text-align: center;">
Todos dormem, menos as casas,nem a Matriz! </div>
<div style="text-align: center;">
O sino dorme.</div>
<div style="text-align: center;">
Mas não se cansa de “badalar”, </div>
<div style="text-align: center;">
de nos chamar à Palavra, </div>
<div style="text-align: center;">
Palavra que pode nos dá o eterno descanso!</div>
<div style="text-align: center;">
Todos dormem, Menos a praça, </div>
<div style="text-align: center;">
a Praça da Matriz, </div>
<div style="text-align: center;">
que fica lembrando </div>
<div style="text-align: center;">
a presença imanente dos namorados</div>
<div style="text-align: center;">
das famílias, das homilias, dos encontros...!</div>
<div style="text-align: center;">
Tudo fica no inconsciente. </div>
<div style="text-align: center;">
As pessoas dormem, a praça, não! </div>
<div style="text-align: center;">
Tudo passa, o concreto, não!</div>
<div style="text-align: center;">
A cidade fica acordada,</div>
<div style="text-align: center;">
como quem vigia,</div>
<div style="text-align: center;">
feito as corujas da noite, </div>
<div style="text-align: center;">
taciturnas e misteriosas, </div>
<div style="text-align: center;">
vendo o tempo passar! </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
(Davi Portela)</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-25583037730579830762018-01-21T07:54:00.002-08:002018-01-21T10:43:22.790-08:00COREAÚCoreaú, minha terra querida,<br />
Do mesmo nome, te banha um rio,<br />
Onde muito tomei banho e senti frio,<br />
Na aurora da minha vida!...<br />
<br />
És tu bela, és forte, mas traída,<br />
Por alguém que há muito, viste nascer,<br />
Mas ainda tem quem te dê guarida,<br />
Para quem te traiu, te ver crescer!...<br />
<br />
És tão bela, que trouxeste inspiração,<br />
Para com versos, partidos do coração,<br />
Teu filho humilde te ofertar.<br />
<br />
Estes versos são para ti, terra nobre,<br />
De um filho, que nasceu em berço pobre...<br />
Mas não te traiu, nem te trairá jamais!...<br />
<br />
Raimundo Leopoldo Meneses Neto (<i>in memoriam</i>)APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-58393844415429114202017-12-13T17:23:00.003-08:002017-12-13T17:23:54.691-08:00SOB O CÉU DA PALMASob este céu<br />
Sob estas nuvens<br />
Meus primeiros dias<br />
Meus primeiros passos<br />
Primeiros amigos<br />
Primeiros olhares<br />
Primeiros beijos<br />
Primeiras paixões<br />
Primeiras ilusões<br />
Primeiras desilusões<br />
Sob este céu<br />
Sob estas nuvens<br />
Onde o luar tinha mais luz<br />
O vento assobiava em forma de canção<br />
Minha casa a um passo de tudo<br />
Meu mundo a alguns passos do nada<br />
Em torno de um vale que me valia tanto<br />
O pouco que tinha era o bastante para o que eu queria<br />
Um banco na praça onde nossos velhos enfeitavam suas estórias<br />
O Grupo Escolar que a professorinha nos davam prova com cheiro de álcool do mimeógrafo<br />
Depois da aula podíamos escolher em que açude ou córrego se divertir<br />
O sol a pino não era obstáculo era apenas um detalhe do cenário<br />
Se sentia calor? não sei estávamos muito ocupados com nossas brincadeiras<br />
Mas existia algo em nossos caminhos que não esperávamos<br />
O tempo, e ele não parou<br />
De repente outros céus, outras nuvens<br />
O mundo era maior do que eu pensava<br />
Havia outras formas de viver<br />
Havia outras formas de querer<br />
Havia outras formas de amar<br />
Tantas mudanças<br />
Tantos passos novos<br />
Tantas pessoas novas<br />
Hoje não ouço o som dos pássaros
não vejo a luz daquele luar<br />
Não paro para sentar no banco da praça para ver o tempo passar<br />
Para que a gente cresce então?<br />
Para saber que nossos exemplos não são para sempre<br />
Para saber que viver é tão sério que tenho que parar de rir<br />
Para saber que nossos dias são tão complicados que o simples deixou de existir<br />
Então quero esquecer o tempo e mesmo que a prata pinte meus cabelos<br />
Quero ser criança, sorrir para todos, falar com todos,
olhar os velhos álbum de família sem ter saudades<br />
Se isso é loucura, serei então um louco feliz<br />
<br />
Alexandre NetoAPL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-13301116964989744542017-12-13T17:16:00.003-08:002017-12-13T17:18:53.024-08:00TEMPOPassa tempo, passa tempo<br />
Entre horas e dias<br />
Teu destino é passar<br />
Como nuvens que passam no céu azul para nunca mais voltar<br />
Passa tempo, passa tempo<br />
Deixa-me mais velho a ponto de não mais me conhecer nas velhas fotografias<br />
Passa tempo, passa tempo<br />
Escorre como água entre os dedos deixando as mãos lavadas de lembranças<br />
Passa tempo, passa tempo já que teu passatempo é passar...<br />
<br />
Alexandre Neto
APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-38015805973270389632017-12-09T06:45:00.000-08:002017-12-09T06:59:34.666-08:00CBD...<div style="text-align: justify;">
Quando menino lá na Palma, fui protagonista de um episódio de CBD. No inverno o gado pastava à solta
nos pastos ainda livres das cercas. O inverno era tempo dos insetos dípteros, especialmente os cocliomídeos e os sarcofadígeos (depois eu explico*) agirem sobre os rebanhos. Meu pai recebeu a notícia de que uma novilha amojada estava com uma bicheira feia na anca direita e estava amoitada. Me incumbiu, então, de uma tarefa: </div>
<div style="text-align: justify;">
– Depois que você deixar os bezerros nos córregos, passa na casa do Seu Belchior Conrado (patriaca da família), que nesta hora ele já está de pé; peça pra ele curar a bicheira da novinha que está no pasto dos Altos do Lucas. </div>
<div style="text-align: justify;">
Não entendi direito se Seu Belchior Conrado, um senhor de idade, iria até os Altos pegar a novinha a muque e besuntar a bicheira de creolina. Mas nada perguntei; meu pai não era homem de muitas respostas. Mas logo imaginei a novinha, que conhecia bem, com a bicheira coberta de moscas-varejeiras e de tapurus (tá explicado*). </div>
<div style="text-align: justify;">
Encontrei Seu Belchior Conrado na sada de visita de sua casa, sentado na cadeira de balanço. Dei o recado: </div>
<div style="text-align: justify;">
– Seu Belchior, sou filho do Carneirinho. Ele mandou pedir pro senhor curar a bicheira de uma novinha nossa. </div>
<div style="text-align: justify;">
Seu Belchior levantou-se e se postou no meio da rua: </div>
<div style="text-align: justify;">
– Onde tá a novinha? Onde fica a bicheira? </div>
<div style="text-align: justify;">
Respondi conforme meu pai me havia informado. </div>
<div style="text-align: justify;">
Ele então começou o ritual da cura. Ficou de frente para os Altos do Seu Lucas, levantou o braço direito e gesticulou com a mão, balbuciando alguma reza que não ouvi bem. Fiquei aguardando o <i>Dominus vobiscum
et cum spiritu tuo</i>. Para qualquer reza séria, pra mim, coroinha sacramentado, tinha que ter essas palavras que ouvia todo dia na igreja e que não sabia o que significavam. Mas não teve <i>Dominus vobiscum</i>... </div>
<div style="text-align: justify;">
– Pronto. Diga ao Carneirinho que a novilha está curada, amanhã os tapurus já caíram todos e a bicheira tá enxuta. </div>
<div style="text-align: justify;">
Voltei e disse o recado pro meu pai. Dois dias depois a novinha apareceu junto com o gado que vinha todo dia pra rua, sarada. Papai mandou eu agradece ao seu Belchior Conrado a cura milagrosa. Foi assim que presenciei minha primeira Cura de Bicheira à Distância – CBD. </div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, pensando bem, aquela novilha tinha um eficiente sistema de defesas orgânicas. </div>
<br />
Mardone França APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-77182489319511312112017-12-09T05:28:00.000-08:002017-12-09T05:28:50.599-08:00UMA GOIABA DE PÉ<div style="text-align: justify;">
Era no ano de 1958, lembro-me que meu avô Major Torres falou que fora um <i>ano de seca</i> (como chamamos aqui no Ceará quando chove pouco) e ele saiu para caçar pomba de bando, hoje mais conhecida como avoante, no pé da serra do Ipu (época em que era permitida a caça). </div>
<div style="text-align: justify;">
Saiu cedo com a intenção de chegar com tempo para no almoço saborear os animais abatidos. Conhecedor da região, se dirigiu para o local chamado Espraiado, distante légua e meia, mas onde existia um pequeno açude e onde era comum encontrar as aves na bebida. Durante o trajeto, ele ia sempre atento com a espingarda socadeira já no ponto de disparar, caso encontrasse alguma caça. Para a sua frustação, ele não viu nem um calango durante o trajeto percorrido. Chegando no local escolhido, no pequeno açude ou barreiro, como chamavam, tratou de fazer uma tocaia e se entocou nela, só com o cano da espingarda de fora, e ficou à espera dos animais baixarem. Passado certo tempo, aparecera apenas um sibite, um pássaro tão pequeno que não compensava desperdiçar um tiro, mesmo assim ele continuou de tocaia. Finalmente baixou um bando de aproximadamente quinze avoantes, quando ele resolveu disparar. Apertou o gatilho, mas, para o seu infortúnio, naquele exato momento, passou um gavião carcará e assustou as aves que levantaram voo e ele errou o tiro. </div>
<div style="text-align: justify;">
Como já estava com fome, resolveu comer duas das três goiabas que ele tinha levado no seu patuá. Após merendar, quando foi pegar a munição, descobriu que não tinha mais as esferinhas de chumbo e desanimado teve que retornar para casa. Já na metade do caminho percebeu a sua direita um veado distraído comendo algumas vagens de jucá caídas no chão. Sem perder tempo, apontou firmemente a espingarda, mas lembrou-se que estava descarregada. Caçador nato como ele era, não queria perder essa oportunidade. Foi aí que teve uma ideia para resolver a falta de munição. Lembrou da goiaba que trazia e começou a comê-la separando as sementes para depois usá-las na espingarda como munição. Usou um carrego maior de pólvora para ver se compensava o chumbo diferente e abatesse o animal. Mirou bem no meio da testa do veado e atirou. Subiu aquela nuvem de fumaça – socadeira já solta muita fumaça e com carrego de pólvora extra então! –, e ele não viu se acertara a caça. Ao se dirigir para o local onde estava o bicho, não encontrou um pelo sequer. Riu-se por um instante da ideia maluca que tivera e continuou a caminhada para casa. </div>
<div style="text-align: justify;">
Devido ao verão rigoroso, a família de meu avô mudou-se para um sítio na serra, encerrando assim as suas caçadas nesse verão. No ano seguinte, de volta ao sertão, na época que estavam chegando as avoantes na região do Espraiado, o Major Torres, como de costume, já estava preparado para caçar. Seguiu o mesmo ritual, só que teve o cuidado de conferir a munição que ia levar para não voltar de patuá vazio. Nesse dia tudo deu certo e ele já contava com vinte avoantes abatidas quando resolveu voltar. </div>
<div style="text-align: justify;">
Durante o percurso, parou na sombra de um Juazeiro para comer e matar a sede. Foi então que percebeu a uma certa distância a sua frente um arbusto se mexendo e ficou observando. Para seu espanto o arbusto começou a sair do lugar como se estivesse andando. Arrepiou-se e rapidamente benzeu-se pensando ser assombração. Criou coragem e foi sorrateiramente em direção da coisa para ver o que era. Quando estava mais perto, o arbusto saiu para uma clareira e ele pôde ver que o dito cujo era o veado que ele tinha atirado com chumbo de goiaba no ano anterior com um tiro certeiro na testa do animal, que não o matara, mas fez nascer um pé de goiaba na sua cabeça. O animal então percebeu a presença do Major, balançou a cabeça fazendo cair algumas goiabas e partiu correndo feito uma flecha para dentro da mata. Meu avô pegou as frutas deixadas pelo veado, que, segundo ele, eram doces como mel e foi embora. Durante os anos seguintes, em suas andanças e caçadas, ele nunca mais viu a goiaba com pé. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cláudio César </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
P.S.: Baseado nas estórias do meu avô, Major Torres, e nas aventuras do Barão de Münchausen.</div>
APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-71252922054067885872017-06-25T06:20:00.000-07:002017-06-25T06:20:05.130-07:00NATALI<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="tex breakword" style="text-align: justify;">
Entre um paciente e outro, não parava de
pensar nele. Estava na África, em Serra Leoa, como médica de uma ONG
humanitária. As crianças não paravam de chorar, o hospital improvisado
estava apinhado de vítimas do Ebola. Mesmo em condições tão adversas,
não parava de pensar nele. Pensava na última conversa que tiveram. Eram
amigos há doze anos, conheceram-se na escola ainda adolescentes. Ela era
a melhor aluna da escola, até que ele chegou e lhe tomou o posto. Em
algumas semanas eles estavam estudando juntos na casa dela, muito
chegados um ao outro. No primeiro encontro a tia hesitou diante da
intimidade dos estudantes e Natali a tranquilizou:<br />
– Não se preocupe, tia. Há duas semanas não namoro mais o Pedro.<br />
Havia
muitas afinidades entre eles. Eram interioranos, pobres e tímidos. Eram
também inteligentes, idealistas e perseverantes. A escola pública era
na periferia, estudavam à noite, no intervalo ofereciam-lhes droga;
seria improvável eles passarem no vestibular. No entanto, com livros
usados dos sebos da cidade, na primeira tentativa, os dois ingressaram
na universidade pública. Ela foi fazer medicina; ele, direito.<br />
Ele
dava aulas particulares e a ajudava a comprar os livros do curso de
medicina. Sempre se encontravam para longas e agradáveis conversas.
Ambos se conheciam muito bem. Trocavam confidências. Gostavam um do
outro, mas um gostar que, conscientemente, não ousava atravessar a
fronteira da amizade.<br />
Num dos encontros, tomaram três taças de vinho e
trocaram algumas carícias. Natali pensou em beijá-lo, em contar-lhe um
sonho recorrente que ela costumava ter, em perguntar-lhe o que ele
sentia por ela, mas a timidez não permitiu. Ao final, ele convidou-a
para dormirem juntos e ela, desconcertava, recusou.<br />
Passaram um ano
sem se ver. Ele ligou três vezes, ela não atendeu, até que ela resolveu
ligar para convidá-lo para a sua colação de grau. Ele inicialmente
recusou o convite, disse que estava estudando muito para o concurso da
diplomacia e não poderia perder tempo com formalidades; assim mesmo, um
dia antes do evento, ligou perguntando onde seria.<br />
Natali era a
oradora da turma. No seu discurso, agradeceu a Deus, à tia, à proteção
da mãe já falecida, até que chegou nele, a quem dedicou uma homenagem
longa e emocionante, que arrancou lágrimas e aplausos. Naquela noite
eles beberam vinho até tarde. Ela havia prometido para si mesma que, se
ele a convidasse novamente para dormir, ela aceitaria. Mas, nessa noite,
ele não a convidou.<br />
Dois meses depois, ele ligou para dizer que
havia sido aprovado para o Instituto Rio Branco e iria estudar em
Brasília. Ela ficou num misto de tristeza e felicidade e disse que ia
começar a residência em infectologia.<br />
No último encontro, ele já
estava, como diplomata, intermediando um acordo de paz em Timor Leste e
ela, como médica, tentando salvar vidas na África. Nesse encontro, a
conversa fluiu como sempre agradável, até que ele falou que estava
amando outra pessoa. Natali tentou dissimular a perplexidade e acabou
descobrindo que se tratava de uma pessoa bem diferente dela, bem
diferente dele. Não conseguia compreender isso. Ele nunca a assumiu e
agora estava disposto a assumir uma mulher com dois filhos, mais velha
do que ele e ainda importunada pelo ex-marido. O que teria essa mulher?
Pensou em se declarar para ele, em beijá-lo, em pedir para que ele
dormisse com ela essa noite, em pedir para que ele não casasse com essa
outra mulher... Não conseguiu. Desejou boa sorte ao amigo, despediu-se
dele como sempre se despedia e foi chorar em sua cama solitária.<br />
Pedro
foi seu primeiro e único namorado. Estava com ele há três meses quando
Dimitri apareceu na escola. Não se arrependia de tê-lo deixado. Percebeu
desde o princípio que sua relação com Dimitri não seria uma amizade
qualquer. Sinceramente, ela não acreditava em amizade entre homem e
mulher, sobretudo se ambos fossem jovens e bem-apessoados. O tempo,
porém, insistia em negar sua convicção. Dimitri tinha à época quinze
anos; ela, dezesseis. Quando o viu pela primeira vez pensou:<br />
– É ele!<br />
Não
conseguia compreender como um sentimento surgido de forma tão
arrebatadora não havia ainda resultado em namoro, ao menos num namoro
formalmente declarado. Depois de um começo animador, de um afago na casa
da tia, os encontros largaram o rumo do namoro e seguiram a tendência
da amizade. Quando no ano seguinte ele deixou a escola, os encontros
foram aos poucos minguando. No segundo ano, em escolas diferentes,
viram-se pouco. Já no terceiro ano, as conversas se amiudaram. Era época
de vestibular. Combinaram de estudar algumas vezes juntos, de trocarem
apostilas, de comentarem o livro de cabeceira. Falavam-se no telefone
até tarde.<br />
Não esquecia o dia em que foram à praia. Pela primeira
vez viu Dimitri sem camisa. Era magro, não tinha músculo, o tórax pálido
parecia não ter visto sol há alguns anos. Ele se pôs a ler um livro,
sentado na areia, erguendo a cabeça volta e meia para contemplar uma
jangada distante, enquanto ela ainda decidia se ficava ou não de
biquíni. Admirava a serenidade do amigo, a sua discrição, o respeito com
que ele a tratava, às vezes até demasiado. No fundo, esperava um pouco
mais de ousadia por parte dele. Ele que pedisse para ela ficar de
biquíni. Se não pediu é porque não estava interessado em vê-la. Ficou
mesmo de calça e camisa. Abriu um livro e também se pôs a ler.<br />
Anos
depois, Dimitri confessou que estava ansioso para vê-la de biquíni e que
pensou em pedi-la para tirar a roupa, mas achou que a ousadia seria mal
interpretada e preferiu não tocar no assunto.<br />
No final de um dia
terrível, em que duas crianças e um adulto haviam sucumbido à epidemia,
Natali recebeu no acampamento o convite para o casamento do amigo. Ficou
pálida, pensou em rasgá-lo, em jogá-lo na fogueira, mas se conteve e,
antes de amassá-lo, uma lágrima caiu sobre o nome do amigo. Naquela
noite não conseguiu pregar os olhos. No meio da madrugada, insone,
sentou-se no terreiro deserto, iluminado apenas pelo céu estrelado, e
chorou copiosamente, como nunca havia chorado antes. Aquilo devia ser um
pesadelo. Não podia acreditar. Dimitri não era apenas um amigo. Era
muito mais do que isso. Pela primeira vez sentiu ciúme, sentiu ódio de
uma pessoa cujo nome nem chegou a ler. Não teria coragem de ir àquele
casamento. Não conseguiria suportar. Em um mês o seu Dimitri estaria
casado com outra.<br />
Perdeu todo o prazer no que fazia. Passou a
dedicar-se mais ao trabalho para compensar a repentina falta de atenção.
Não conseguia comer. As noites alternavam-se entre a insônia e os
pesadelos com o casamento. Ninguém sabia o que estava acontecendo com
ela. Com a imunidade baixa, não poderia desafiar o Ebola. No sétimo dia
de suplício, resolveu ligar para Dimitri e pedir um encontro de
emergência.<br />
O encontro não pôde ser em Fortaleza. Dimitri estava de
passagem em Joanesburgo, sem tempo, mas aceitou ir a Freetown falar com a
amiga. Natali foi apanhá-lo no aeroporto e à noite foram a um
restaurante às margens do Atlântico.<br />
– Recebeu o convite? – perguntou Dimitri.<br />
– Sim. – respondeu Natali.<br />
Natali
havia preparado um longo sermão para o amigo, com a ideia de extravasar
todos os sentimentos represados há muito tempo em relação a ele. Logo
que o viu, porém, deu-se conta de que uma declaração dessa natureza
estava além das suas forças.<br />
– Como vão as coisas, Dimitri? O trabalho, a noiva...?<br />
–
Suponho que você não me trouxe aqui para falar do meu trabalho, não é
mesmo? Quanto à noiva, não sei de que noiva você está falando...<br />
– Ora, a senhora dos dois filhos, perseguida pelo ex-marido...<br />
– Não estou mais com ela...<br />
– Nossa! Então... Bem, mas convidei-o apenas para dizê-lo pessoalmente que não vou ao casamento!<br />
– Não vai?!<br />
–
Não vou! Tenho meus motivos para não ir. Na verdade, tenho muitas
coisas para dizê-lo, mas somente consigo afirmar que achei uma afronta
aquele convite.<br />
– Uma afronta?<br />
– Uma afronta!<br />
– Nossa! Pensei que você iria gostar.<br />
– Desde que recebi o convite, estou sem conseguir comer e dormir. Ando dispersa, não sei como estou indo ao trabalho.<br />
– Não era para tanto. Pensei que você gostasse de mim...<br />
– Claro que gosto, mas gosto de um jeito que você talvez não entenda.<br />
– Acho que agora, definitivamente, estou entendendo.<br />
– Se tivesse entendido não teria enviado aquele convite.<br />
– Era apenas um convite! Não precisava convertê-lo num drama.<br />
– Um simples convite? Depois de doze anos, Dimitri, pela primeira vez estou tendo a sensação de que você é uma pessoa fria.<br />
– Eu? Frio?<br />
–
Desculpa, Dimitri! Sei bem que você não é frio, muito pelo contrário. É
que gosto muito de você e aquele convite me abalou bastante.<br />
– Não estou entendendo nada, Natali. Você leu mesmo o convite? Tudo bem que o recusasse, mas não havia motivo para abalo.<br />
– Havia sim, Dimitri. Os motivos estão guardados no fundo do meu ser.<br />
–
Você é uma pessoa muito misteriosa, Natali. Pensei ter descoberto seu
segredo. Enganei-me redondamente. Pensei que você me amasse.<br />
Natali marejou os olhos de lágrimas e, desconcertada, falou:<br />
– Eu te amo, Dimitri!<br />
– Me ama e recusou o convite...<br />
– Recusei o convite exatamente porque te amo. Não suportaria ver você casando com outra.<br />
– Natali, você leu o meu convite?<br />
– Já disse que li.<br />
– Tem certeza que leu?<br />
– Confesso que caiu uma lágrima em cima do seu nome.<br />
– Qual é o nome da noiva, então?!<br />
– O nome da noiva? Depois que li o seu nome entrei em pane.<br />
– Hum. Acabei de descobrir o seu segredo. Você tem o convite?<br />
– Acho que rasguei, joguei na fogueira, não sei ao certo...<br />
– Espere, tenho um aqui, você poderia lê-lo?<br />
– Por favor, Dimitri, não me faça sofrer mais!<br />
– Natali, peço-lhe apenas que leia o nome da noiva, por favor.<br />
Natali
tomou o convite, hesitou antes de lê-lo, mas, de repente, uma luz
enorme invadiu o seu ser, quando viu, com os olhos cheios de lágrimas,
que o nome da noiva escrito no convite era: Natali.</div>
<div class="aut" style="text-align: justify;">
<br />
Eliton Meneses</div>
APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-44890971729833988392017-06-25T06:13:00.000-07:002017-06-25T06:13:09.984-07:00A IRRACIONALIDADE E A INSENSATEZ HUMANA<br />
<div id="yiv4825761803">
<div id="yui_3_16_0_ym19_1_1489194587025_6304">
<div id="yui_3_16_0_ym19_1_1489194587025_6303" style="background-color: white; color: black; font-family: HelveticaNeue, Helvetica Neue, Helvetica, Arial, Lucida Grande, sans-serif; font-size: 24px;">
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4426" style="text-align: justify;">
(2ª parte – a saga continua,
continuação da história publicada no Blog da APL em 02/03/2015).</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4426" style="text-align: justify;">
</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4427" style="text-align: justify;">
<br />
Continuação
da saga de uma cidadã, mãe de família, nordestina, educadora e
servidora aposentada, em que seus algozes (“turma sem noção” ou seria
“turma do sem jeito”) não lhe dão trégua, sossego e muito menos paz ou
respeito, pois desde o ano de 2002 essa luta ainda não acabou. Como
disse: Vocês não vão acreditar. É que ... Pois bem!.</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4428" style="text-align: justify;">
Toda essa história poderia ser resumida na seguinte frase: Essa turma não se cansa de bater e muito menos de apanhar.</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4429" style="text-align: justify;">
O
incrível foi o que viria acontecer, pois o órgão do 1º emprego nos idos
do ano de 2002, o seu RH requereu oficialmente um parecer jurídico do
Procurador Federal do próprio órgão, tendo a Procuradoria expressamente
se manifestado pela constitucionalidade da acumulação dos dois cargos
públicos. Não esquecendo ainda que no ano de 2002 este órgão público
respondeu oficialmente a consulta promovida pela Secretaria de
Administração estadual (do 2º emprego), afirmando categoricamente que o
cargo exercido pela então servidora era de natureza técnica, portanto os
cargos públicos eram acumuláveis (técnico de nível médio e/ou
profissionalizante no órgão federal e o de professora estadual), face à
compatibilidade de horários.</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4430" style="text-align: justify;">
Já
no ano de 2005, em Procedimento Administrativo aberto pelo Parquet em
2004 para averiguar supostas irregularidades na área de pessoal, a
direção de Recursos Humanos do órgão federal do 1º emprego fez
oficialmente a mesma consulta sobre supostas irregularidades na
autarquia, especialmente os casos de acúmulo de cargos. A resposta
constante do Relatório do Parquet foi clara, objetiva e pela legalidade
da acumulação, inclusive elogiando tais profissionais, por prestarem
relevantes serviços à sociedade e a educação do Estado. Esse Relatório
do MPF foi aprovado e homologado pelo órgão superior do Parquet.</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4431" style="text-align: justify;">
Como
se não bastasse tudo isso – o que já era inacreditável (negativa de
posse pelo ente estatal em 2002, Mandado de Segurança transitado em
julgado em 2006 assegurando a posse no cargo de Professora, abertura de
Sindicância em 2009, PAD em 2010, com a Professora já aposentada por
invalidez em 2010 publicada no DOE – Diário Oficial do Estado, e apesar
do ofício de encaminhamento e processo de autorização da aposentadoria
ter sido expedido no 2º semestre de 2009 pela mesma Secretaria de
Governo que abriu o PAD em 2010), é que a servidora aposentada é
surpreendida em 2011 para responder e se defender a uma sindicância
sobre acúmulo de cargos públicos pelo órgão federal - 1º emprego (aquele
mesmo que em 2002 a sua Procuradoria Jurídica expediu Parecer
fundamentado pela acumulação legal dos cargos públicos, de ter expedido
ofício ao ente estadual afirmando que o cargo de nível médio era de
natureza técnica, e de ter oficialmente questionado o MPF sobre esse
mesmíssimo tema/assunto e o Parquet manifestado favoravelmente pela
acumulação), tendo durado até o ano de 2012.</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4432" style="text-align: justify;">
Nos
anos de 2011 e 2012, foram apresentadas tempestivamente duas
defesas/respostas (com farta documentação) para encartar no processo de
sindicância visando apurar suposta irregularidade na acumulação dos
cargos públicos, mas o órgão ignorou, não considerou e não levou a
sério, e ainda nada fez de ético (como se ela não tivesse apresentada
nenhuma defesa, vez que nada foi enviado e/ou informado a Corte de
Contas), e selou o seu futuro incerto, turvo e nebuloso. Ciladas e
armadilhas foram perpetradas por alguns ex-colegas de trabalho, mas toda
a trama está sendo denunciada, desmascarada e registrada nessas
respectivas defesas (ficou por isso mesmo e ninguém foi responsabilizado
administrativamente até agora). Quando imaginou que não seria mais
incomodada, e o mais absurdo e surpreende acontece: é notificada pelo da
abertura de um PAD em 2013, dando prazo fatal de 10 (dez) dias para
optar por uma das aposentadorias.</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4433" style="text-align: justify;">
Como
adiantado, o lamentável, o inesperado e o inimaginável aconteceu em
fins de 2013, quando numa linda manhã ensolarada, estando em sua casa
cuidando dos seus afazeres domésticos, e na condição de há quase quatro
anos na inatividade dos dois cargos públicos exercidos legalmente desde o
ano de 2002, a aposentada é surpreendida em seu portão por um
mensageiro/portador de um envelope onde constava uma intimação oficial
do órgão federal - 1º emprego, comunicando da abertura de um PAD
(processo administrativo disciplinar), em que dizia do prazo fatal de
dez dias para optar por uma das aposentadorias (estadual ou federal,
referentes aos dois cargos públicos exercido na atividade), oportunidade
em que deveria apresentar defesa prévia, apesar de já constar o anúncio
da degola.</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4434" style="text-align: justify;">
Segundo
ela, todo o pesadelo veio à tona novamente, como um filme de terror que
passa na mente de quem vem sofrendo há mais de 13 (treze) anos
verdadeiro, vergonho e brutal processo de perseguição administrativa. A
intranquilidade, a incerteza e o desassossego se instalaram novamente em
sua vida, pois já tinha enfrentado o mesmo problema desde o ano de 2002
(MS/STJ), e que perdurou até meados de 2011 (que, enfim, surtiu efeito,
pois “a turma dos sem noção” e/ou seria “turma do sem jeito” botaram a
viola no saco e pararam de incomodar, ou se mudaram para aporrinhar
outra freguesia). Diante das novas ameaças e abusos, buscou a mesma
ajuda especializada que já lhe havia socorrido quando da bronca
estadual.</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4435" style="text-align: justify;">
O
pior de tudo isso ainda é ver e ler em uma Ata de reunião da Comissão
do PAD a velada e expressa tentativa de prévio e antecipado linchamento
administrativo da aposentada, quando notificada do PAD numa quinta-feira
do mês de outubro/2013 e entregue sua Defesa na manhã da outra
segunda-feira (no 11º dia), ver registrado em documento oficial que a
acusada não apresentou defesa e nem provas ou contraprovas, e como se
não bastasse essa teratologia administrativa, o mesmo incontroverso
abuso e absurdo foi reproduzido nas peças judiciais de dois Procuradores
do órgão de defesa da autarquia federal. Segundo a aposentada e seu
defensor, não há dúvidas da necessidade de algumas pessoas voltarem aos
bancos escolares lá do primário/1º grau menor para aplicarem
corretamente a aritmética / matemática (a velha Tabuada), além de ler
atentamente o CPC e Normas pertinentes (prazos/contagem de prazos). É
muito lamentável e lastimável a que ponto o ser humano é capaz de chegar
e/ou praticar atos reprováveis e inimagináveis no afã e na vã tentativa
de prejudicar deliberadamente uma cidadã. Só por essa aberração
administrativa (existem outras flagrantes irregularidades e
ilegalidades) o PAD não podia/deveria subsistir.</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4436" style="text-align: justify;">
Prontamente
o especialista preparou em fins de 2013 mais um Mandado de Segurança
com pedido de Liminar, visando garantir o seu direito de continuar
recebendo legalmente as duas aposentadorias e anulação do PAD, em face
do acúmulo legal dos dois cargos públicos desde o ano de 2002, tudo em
respeito aos princípios constitucionais e legais: da segurança jurídica,
da cidadania, da dignidade da pessoa humana, da boa-fé, da proteção à
confiança, da estabilidade das relações jurídico-sociais, da proteção à
família, da irretroatividade, da irredutibilidade salarial, do ato/fato
consumado, da estabilidade e do equilíbrio financeiro, da coisa julgada,
do ato jurídico perfeito, do direito adquirido, do devido processo
legal (das duas aposentadorias), da prescrição e/ou decadência e da
proibição da prática de atos próprios contrários, isto é, o de que
ninguém pode vir contra os próprios atos (equivalente axiológica da
preclusão lógica/consumativa).</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4437" style="text-align: justify;">
O
Juízo federal, após ouvir os impetrados, lavrou fundamentadamente
Decisão Liminar deferindo o pedido autoral* (1º “anjo da guarda”), e
após ouvir os interessados e o Parquet, a mesma foi agravada (AI), sendo
mantida a Decisão agravada por seus próprios fundamentos** (2º “anjo da
guarda”).</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4438" style="text-align: justify;">
Nesse
interim, crente a aposentada e seu defensor de que a Justiça tarda, mas
não falha e não falta, é que no ano de 2014, o Tribunal de Contas
Estadual (TCE) homologou e ratificou a aposentadoria da professora
aposentada em 2010, tudo publicado no Diário Oficial (DOE).</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4439" style="text-align: justify;">
E
graças ao Defensor, aos Anjos da Guarda e principalmente de Deus, que
Decisão de mérito do 1º grau determinou o seu arquivamento definitivo e
vedou a abertura de qualquer outro PAD para apurar acúmulo de cargos.
*** (3º “anjo da guarda”).</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4440" style="text-align: justify;">
Advindo
a sentença de mérito do MS em princípio de 2015, sedimentando o
entendimento da acumulação legal dos cargos públicos na atividade e
acumulabilidade das aposentadorias, confirmando a Liminar e concedendo a
segurança*** (3º “anjo da guarda”). </div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4441" style="text-align: justify;">
Do
resultado da análise meritória houve o apelo voluntário (além da
remessa oficial obrigatória), sendo respondido a tempo e modo. O TRF irá
analisar e apreciar a matéria (MS, AI e AC).</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4442" style="text-align: justify;">
A
esperança, a luta e o drama humano da aposentada por Justiça há cerca
de quinze longos anos continuam. A tranquilidade, o sossego e a paz tão
almejados pela desbravadora nordestina-nortista continuam aguardando a
manifestação da nossa douta Justiça.</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4443" style="text-align: justify;">
Será
que a 3ª Parte de A Saga Continua está se revelando ainda mais cruel!? O
mais inacreditável ainda acontece!. Pois bem, o ano de 2016 nem tinha
começado direito, e o inimaginável, o inesperado, o imponderável e o
teratológico mais uma vez acontece. – A ameaça é real e iminente. -
Novos representantes da “turma sem noção” também rasgam (e violam
literalmente) algumas Cláusulas Pétreas da CRFB/1988. – A ordem jurídica
ferida precisa ser restabelecida. - Os Anjos da Guarda na terra também
não se cansam (ainda bem) e são novamente chamados e acionados;</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4444" style="text-align: justify;">
Não
é replay. Repetimos: A saga continua. Mas a história desse capítulo é
diferente. Muito mais ainda do que vocês possam imaginar e não vão
acreditar! Já ouviram falar de uma situação real em que uma decisão
administrativa proferida depois de mais de uma década tenta enfrentar e
anular uma coisa constitucionalmente julgada!?. É isso mesmo. É
inacreditável e inimaginável, é teratológico, ou seria outra coisa?.
Replicamos: A saga continua ... E parece não ter fim. Não esqueçam, tudo
começou em 2002.</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4445" style="text-align: justify;">
(*)
Decisão Liminar: “Diante do exposto, defiro a liminar para sustar os
efeitos do procedimento administrativo disciplinar nº ..., instaurado em
desfavor da impetrante, até julgamento final desta ação, ...”.</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4446" style="text-align: justify;">
(**) Decisão: “Não havendo inovação fática, mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.“.</div>
<div id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4447" style="text-align: justify;">
(***)
Sentença: Dispositivo. “Diante do exposto, confirmo a liminar e concedo
a segurança, determinando o arquivamento definitivo do Processo
Administrativo nº. ... e vedando a abertura de novo processo
administrativo para apurar a acumulação dos cargos pela autora da ação
mandamental.”.</div>
<div dir="ltr" id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4448" style="text-align: justify;">
</div>
<div dir="ltr" id="yiv4825761803yui_3_16_0_ym19_1_1489192692499_4448">
COSMO CARVALHO</div>
</div>
</div>
</div>
APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-57327537394960653232017-05-07T14:31:00.000-07:002017-05-07T14:31:24.256-07:00ODE A BELCHIOR<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk"></span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Tua palavra cantada</span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Com muita indignação</span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk"></span></span><span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Teu verso bem calibrado</span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Cativou essa Nação </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Teu grito foi nosso grito </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Me sinto bem um cabrito </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Com o verso da tua mão! </span></span><br />
<br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Nossa juventude sabe </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Há muito reconhecer </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">O valor da tua voz </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">E nunca esmorecer </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">O verso de Belchior </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Já sabia minha vó </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Faz o chão estremecer! </span></span><br />
<br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Verso enxuto, bem vestido </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Com a chita da bonomia </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Com o traço bem tramado </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Nos vales da boemia </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Lá no céu hoje tem festa </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Eu queria só a fresta </span></span><br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">Pra curtir essa orgia!</span></span><br />
<br />
<span class="_mh6 _wsc" id="cch_f361f5fd1121968"><span class="_3oh- _58nk">João Teles </span></span>APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-47326142728661867472016-07-25T10:05:00.000-07:002016-07-25T10:15:04.285-07:00O CÓRREGO<div style="text-align: justify;">
Fico a lembrar de coisas, que povoam a minha mente. Coisas, assuntos, ou ações, que podem parecer pouco significativas, mas reais.
O dia acabava de nascer e nós seguíamos para o banho de riacho. Guardo até hoje a imagem daquela água tão cristalina, que se via por baixo uma mistura de pequenas pedras brancas e areia. Eu andava de um lado para o outro tentando pegar alguma das libélulas que pousavam nos galhos das árvores. Essa ação exigia certa resistência de minha parte, porque a areia parecia movediça. Em cada passada, as minhas pernas que, de fato, eram curtas, ficavam enterradas até a metade nas pisadas fofas. Como toda criança, eu era inquieta. Vendo a minha traquinagem, Maria Cirilo, a responsável por mim, temerosa de não alcançar-me com os olhos, pois ocupava-se lavando algumas peças de roupas, sem nenhuma didática para conseguir acomodar-me e, sem discernimento algum, passava a amedrontar-me: </div>
<div style="text-align: justify;">
― Olha que a Siricora vem te pegar! Dizia Maria. </div>
<div style="text-align: justify;">
― Se você ficar quieta, ela não vem não! Retrucava ela. </div>
<div style="text-align: justify;">
Siricora! O que seria isso? Uma ave, um pássaro, uma bruxa? Até hoje não sei; nunca consegui descobrir, mas sei como me sentia com aquela ameaça. O pavor era tão grande, que perdia o prazer de desfrutar da beleza daquele maravilhoso lugar. Para termos acesso ao córrego, percorríamos por caminhos alagadiços e, em algumas partes, pedregosos. Ultrapassávamos uma porteira, tendo que escalar por sobre as madeiras da mesma, porque ela se encontrava trancada com um enorme cadeado. Deu para perceber que era uma propriedade privada, mas a Maria era sobrinha do dono, então, nenhum problema com a nossa invasão ao bem, que pertencia ao senhor João Lourenço. </div>
<div style="text-align: justify;">
Seu João Lourenço, assim como era tratado por todos da redondeza, era um homem de muita posse e de muitas propriedades. Ali no Canto, nome do povoado em que ele residia, era conhecido como o homem mais abastado; propriedade de muito valor, cabeças de gado que não se contavam e fartura muita em sua casa! Casado com dona Chicuta, mulher bonita e falante. Usava uns vestidos estampados e de saias rodadas, sandálias rasteiras com detalhes dourados e tinha cabelos longos, mas sempre penteados para cima e feito um coque no alto da cabeça. Era uma pessoa muito distinta, como dizia meu pai. Já o tio da Maria era um homem de poucas palavras. Ao contrário de sua esposa, ele se vestia sem muito zelo, mas usava um relógio dourado, que demonstrava o poder de suas finanças. Na lida, botas de plástico, para facilitar a sua caminhada pelas lavouras e currais. Era um homem branco, de cabelos castanhos, pele enrugada pelo tempo, pouco calvo e mãos grossas de quem pega no pesado, mesmo tendo muitos trabalhadores para dividir os afazeres. Diziam por lá que ele era um homem seguro e que era difícil ver a cor do seu dinheiro. Isso era bem verdade! O pai do meu cunhado não costumava gastar o que ganhava. O que ele gostava mesmo era de abastecer o seu cofre. Quando ele o abria, tanto na parte superior, quanto na debaixo, tudo o que se via era dinheiro empilhado. Ele fazia uns blocos e os amarrava com ligas amarelas. Era um homem que sabia ganhar dinheiro, mas desatento para a evolução da moeda. Achava que, se o que lucrasse ficasse guardado em casa, nada teria a perder. Tempos de muitas variações na moeda brasileira: cruzeiro, cruzeiro novo, cruzeiro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro, cruzeiro real... Ele não se deu conta da transformação cambial e muito menos de atualizar a sua fortuna. Então, seu João morre e vem à necessidade da partilha dos bens. Aí vem o espanto; a sua grande fortuna de nada valia, porque havia se desvalorizado com as modificações ocorridas na nossa moeda. Tantas cédulas destinadas ao fogo, essa era a única serventia! </div>
<div style="text-align: justify;">
Maria era uma mulher de fibra capilar lisa e preta. Tinha um belo sorriso, além de sorrir com os olhos. Pessoa alegre e de bem com a vida. Não era magra, mas tinha a cintura fina e quadris largos. Mulher humilde, sem muito aprontamento, porque a sua condição financeira não lhe permitia. Vivia pela casa desse tio, ajudando nos serviços domésticos. Também, quando lhe sobrava tempo, auxiliava em seus afazeres, a minha irmã, que era casada com o seu primo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Bons tempos aqueles! Apreciar aquela água correndo por entre as altas árvores de copas ralas, poucas folhagens e troncos finos! Muitas folhas secas caídas pelo chão úmido e algumas levadas pelo vento, flutuavam pela correnteza sem destino identificado. Aquele terreno era um local sem moradia e o que se ouvia era: o barulho da água, o sussurro do vento, o balançar das folhas, o canto das cigarras, dos pássaros, o mugir e o chocalho do gado nas capoeiras. </div>
<div style="text-align: justify;">
Na volta do banho, não sei se era a fome, eu sentia o cheiro do tempero das comidas, que borbulhavam nas panelas, por todos os lados. E, ao entrar na casa da minha irmã, o cheiro aumentava. A sua mão na cozinha era sem defeito. Quando ela me chamava para comer, era tudo tão quente, que eu ficava com calor. Ela sabia, lógico; então abria uma porta que dava para o oitão, colocava o meu prato no chão e pedia que eu ali me sentasse. Agora era possível, eu levar a colher à boca e começar a saborear as delícias que nele estavam. </div>
<div style="text-align: justify;">
Coisas de infância, reminiscências contidas, agora por mim contadas. Verdades bem vividas, que nem o medo conseguiu bloquear. E hoje, com prazer, partilho esta visita imaginária ao meu aprazível córrego.</div>
<br />
Airla Barboza APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-15829944919040349372016-07-25T09:57:00.000-07:002016-07-25T09:57:11.432-07:00NO SERTÃO TEM CHICO CUNHA<div style="text-align: center;">
- Tô aqui todo entrevado! </div>
<div style="text-align: center;">
Me diz ali velho amigo </div>
<div style="text-align: center;">
Que já não suporta mais </div>
<div style="text-align: center;">
A desdita do inimigo </div>
<div style="text-align: center;">
- Oh dor infeliz, irmão </div>
<div style="text-align: center;">
Vivo com a cara no chão </div>
<div style="text-align: center;">
Que nada ocorra contigo! </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Esse tal de Chico Cunha </div>
<div style="text-align: center;">
Me pegou foi bem de jeito </div>
<div style="text-align: center;">
É uma dor infeliz </div>
<div style="text-align: center;">
Bem aqui no meio do peito </div>
<div style="text-align: center;">
Dói cada nervo ou emenda </div>
<div style="text-align: center;">
Tô abrindo da contenda </div>
<div style="text-align: center;">
Mandaram fazer bem feito! </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
O negócio não tem fim </div>
<div style="text-align: center;">
Eu já me perdi na data </div>
<div style="text-align: center;">
Há meses que já não durmo </div>
<div style="text-align: center;">
Comprimido já se cata </div>
<div style="text-align: center;">
Lá em casa todo mundo </div>
<div style="text-align: center;">
Saco já não tem mais fundo </div>
<div style="text-align: center;">
É sério, não é cascata! </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Eu já fui a hospital </div>
<div style="text-align: center;">
E nada de ter um jeito </div>
<div style="text-align: center;">
Passam dias e semanas </div>
<div style="text-align: center;">
E não vem o tal efeito </div>
<div style="text-align: center;">
Tô aqui que nem zumbi </div>
<div style="text-align: center;">
Dá vontade de sumir </div>
<div style="text-align: center;">
Eu largo já esse eito! </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
João Teles
</div>
APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-23964693991688646852016-07-17T15:40:00.000-07:002016-07-17T15:03:17.926-07:00RAIMUNDO GOMES E JOÃO BATISTA GOMES<div style="text-align: justify;">
Wilson, eu vou lhe contar uma história, mas você não poderá contar para ninguém. Você sabe que o papai era muito bonito e faceiro, e o tio Raimundo Gomes muito bom, mas era feio e “semvergoin”. Os cabelos do papai já estavam esbranquiçados, e ele pediu ao tio Raimundo, para trazer de Fortaleza um produto que fizesse eles voltarem a serem pretos e bonitos, como foram anteriormente.
<br />
Vindo de Fortaleza, ao chegar à nossa casa na Palma, o tio Raimundo me entregou, e disse ser o produto que o papai lhe pedira, para tingir o cabelo. Abri o vidro, toquei, e confesso ter achado parecido com uma brilhantina, de cor muito escura, e ele disse-me ainda que eu passasse, quando ele fosse à missa, na Festa da Padroeira. Para atendê-lo, assim eu procedí.
<br />
O tio Raimundo, você sabe, não costumava ir à missa, mas nesse dia ele foi comigo e com o papai, sem ninguém desconfiar porque. Foi rindo, da nossa casa até a igreja, os dois de terno branco, que eu havia passado, e o papai feliz, com os cabêlos bem pretinhos, que chamavam atenção. <br />
Era a Festa da Padroeira, a igreja estava lotada, o tio Raimundo ficou no patamar, eu subí para o coro com a Luzia, a Cidinha, a Jovelina, filhas da Madrinha do tio João Cristino, a Carmélia do seu Alfredo, e a Franquinha da tia Maria Gomes, aquela o Padre Ivan a desgraçou, e o papai foi para a fila bem próxima do altar.
<br />
Wilson escuta, você não era nem nascido, nos estavamos cantando a Ave Maria de Gounod, fazia muito calor na igreja, quanto o produto que eu passei nos cabelos do papai, começou a derreter. Menino, foi aquela aflicão. Quando mais o papai tentava limpar o que escorria em seu rosto, mais seu rosto ficava preto, e tentando limpar no terno, o terno ficou todo manchado. <br />
Quando eu vi o papai naquele estado, eu parei de cantar, desci do côro e saí correndo, e o convidei para irmos para nossa casa, o pobrezinho parecendo um negativo da foto do Al Jolson, aquele cantor de jazz americano que você conhece.
<br />
Ao chegarmos no patamar da igreja, a coisa piorou, lá estavam o tio Raimundo e todos os amigos dele e do papai, rindo, morrendo de rir, por ver o teu avô naquele estado, e eu com muita raiva e muito aflita. <br />
Da primeira vez que fui à casa do Bemfica, na hora do almoço, eu contei o ocorrido na presença do Eurico e da Nenzinha, do Amaury e da Maísa, e do próprio tio Raimundo e da tia Terta, mas tu sabes o que aconteceu? Foi pior para mim. Todos riram, mais até do que o tio Raimundo rira, quando estava no patamar da igreja, com excessão da tia Terta, que repreendeu à todos, inclusive à seu Gomes, que era como ela chamava o tio Raimundo, pela brincadeira, segundo ela, de extremo mau gosto, que ele fizera com seu irmão João Batista. <br />
A tia Terta em seguida me abraçou, pediu-me mil desculpas pelo ocorrido, e foi em seu gesto seguido, por todos os presentes. Com o tempo o próprio tio Raimundo confessou-nos que ele mesmo preparara o produto, misturando Brilhantina Glostora com graxa de sapato preta. Mas demorou muito tempo, para eu esquecer o que o tio Raimundo Gomes fez com o “bichinho do papai”.
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Wilson Belchior. Do Livro "O choro de um filho" (no prelo)</div>
APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-51902268098439195682016-07-17T15:02:00.004-07:002016-07-17T15:02:53.930-07:00ADUALDO BATISTA ARAÚJO<div style="text-align: justify;">
A verdade é anterior a qualquer prova, e se manifesta, se buscada através das evidências fáticas da realidade.
</div>
<div style="text-align: justify;">
Tal e qual ouvi de meu pai Otávio Belchior, palmense humilde porém conhecedor profundo da história da nossa terra, conhecimentos advindos do seu interesse por história, das funções que nela ocupou, e potencializados pelas informações colhidas com suas raízes e tradições familiares de mais de 200 anos. Contarei o que dele ouvi, aditando brevíssimos comentários a respeito do Adualdo, esse famoso senhor.
</div>
<div style="text-align: justify;">
Ele era meu parente, sim, por parte de mãe. Não pôde, como erradamente afirmam, ter nascido em Coreaú, na época de seu nascimento 1910, esse nome era o do rio que banhava a Palma. Em verdade, nasceu na Palma, no local antigamente denominado Distrito de Pedrinhas, hoje Município de Moraújo, numa fazenda que a ela se chegava indo da sede de Moraújo em direção à Sesmaria do Jagarassuí, do meu tetra avô Antônio Fernandes Batista, no Campanário, na antiga Vila de Granja, hoje Uruoca. </div>
<div style="text-align: justify;">
Filho de Francisco André Araújo (Chico André) e de dona Joaquina Batista Araújo. Chico André era irmão de Francisco Manuel Araújo (Chico Manuel), ambos fazendeiros da região, e os principais responsáveis pela extinção da fauna local, pois contratavam caçadores, adiantavam-lhes dinheiro para matar todo e qualquer animal silvestre que pela frente aparecesse, e tivesse couro de valor, dentre os quais onças, gatos maracajás, raposas, veados, tejos, cobras, guaxiníns, etc. Os couros, depois de espichados e secos ao sol, eram levados de trem de Martinópoles até Massapê, onde os comercializavam, com um exportador da família Alcântara, que os revendia a outro membro da mesma família em Manaus. </div>
<div style="text-align: justify;">
Tanto Chico André como Chico Manuel tinham temperamento violento, razão pela qual muito cedo Adualdo saiu de casa. Chico André tentou por umas duas vezes mandar seus caboclos caçadores assassinar o meu parente e saudoso amigo, esse sim escritor de nomeada, Raimundo Batista Aragão (O Aragão do INPS), em virtude de uma queixa, depois comprovada como falsa, que lhe apresentara Chico Manuel. O fato só não teve fim sinistro graças à intervenção de outro fazendeiro local chamado Francisco Custódio Veras (Chico Custódio), amigo do Aragão e amigo e compadre de Manoel Florêncio, bodegueiro no Campanário.
</div>
<div style="text-align: justify;">
O Adualdo era também parente do Pe. Domingos Araújo, cônego da Catedral da Sé de Sobral, além de respeitável confessor. Era considerado um menino precoce, tendo disso dado provas soberbas. Notabilizou-se por ter sido o fundador do Colégio Farias Brito e faleceu muito jovem, aos 32 anos, em 1942, morando em Fortaleza. Deixou um único filho, o hoje Dr. Adualdo Ariosto de Araújo, advogado, ainda vivo e residente no Rio de Janeiro. </div>
<div style="text-align: justify;">
Seu nascimento foi registrado por seu pai Chico André, no Cartório de Massapê, como filho de Massapê, numa das viagens com o fito maior de entregar mercadorias a seu comprador, fato que tornou Adualdo erradamente conhecido como massapeense. O registro deu-se em Massapê por ser o Cartório na época para ele de mais fácil acesso, visto que chegava lá facilmente, no trem da Estrada de Ferro de Sobral (E.F. de Sobral), vindo de Martinópolis, estação próxima das fazendas onde viviam. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Wilson Belchior </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
CRÔNICA
</div>
<div style="text-align: justify;">
3 DE OUTUBRO (1)
</div>
<div style="text-align: justify;">
Adualdo Batista Araújo (2)
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Cai por sobre a grande nação brasileira o manto bendito da paz, qual nuvem celestial que descesse dos céus para derramar chuvas de alívio e graça no coração dos brasileiros. Terminou a luta fraticida --- essa serpente monstruosa --- que se enrosca em as nacionalidades, torcendo-as impiedosamente e depois lançando-as no abismo da desordem. Felizmente, porque a luta é um grande mal e acarreta funestas consequências. </div>
<div style="text-align: justify;">
Felizmente, porque é a luta civil o peior dos males e traz comsigo as peiores desgraças. Temos, entretanto, que suportá-las pois são creações inevitáveis do egoísmo humano. São pois inevitáveis. Por elas passaram os povos, mesmo os mais felizes. As nações na ânsia de progredir, e não podendo marchar dentro dos domínios pacíficos da concórdia, retrogradam, banham-se de sangue e depois prosseguem. Todos os povos aspiram a momentos mais felizes, mas para essa transição foi sempre preciso passarem dias penosos, incertos, dolorosos. Assim, precisamos exultar-nos com o fim de qualquer luta, porque todas trazem seus males. Sempre depois de qualquer luta, por menos catastrófica que tenha sido, ao lado dos que festejam alegremente a paz, soluço a legião inconsolável das viúvas e dos órfãos chorando a perda dos maridos e pais extremecidos.
Ao lado da alegria estonteante dos moços, estão os cadáveres dos companheiros que morreram ingloriamente no campo de batalha. </div>
<div style="text-align: justify;">
Ao lado da alegria rumorosa do povo inconsciente, estão os prejuízos fabulosos sofridos pela nacionalidade. Mas isso não impede que exultemos, isso não manda que substituamos a alegria pela tristeza. Se assim fosse, torná-la-íamos universal. Universal, porque são companheiros inseparáveis, porque sempre, e em toda parte, caminharam juntos. Dentro do lar, dentro do indivíduo, dentro do universo. Tomaria nosso planeta o aspecto sepulcral das ruínas.
</div>
<div style="text-align: justify;">
Morreríamos todos devorados por uma dor universal infinita... O mal está em, ou entregarmo-nos a uma tristeza profunda e inconsolável, ou a uma alegria despreocupada, anormal. In médio stat virtus. (a virtude está no meio) Consolemo-nos mutuamente porque todos sofremos e desse consolo mútuo, fraternal, há de nascer necessariamente o que nos falta --- A Resignação.
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
(1) Crônica publicada no periódico “O Jornal”, Ano I, n. 1, 08/12/1932, PÁG. 2, Sobral-Ceará. A crônica refere-se à rendição dos rebeldes paulistas da Revolução Constitucionalista de 1932.
</div>
<div style="text-align: justify;">
(2) Adualdo Batista de Araújo é palmense (nasceu em Pedrinhas (1910), atual município de Moraújo). Foi registrado como sendo filho de Massapê. Morreu em Fortaleza no ano de 1942. Foi advogado, filósofo, professor e empreendedor, tendo fundado o Colégio Farias Brito de Fortaleza.
</div>
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</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4HK0gJzHCLXWv0OsJHvK7Avak0n4gUPRfj2xiAp8ZE3tV-tgPFOsEsuf8eje3ypaub5YusWsPVlmZBVh69EN5F7n5xYBR3gYrLwZSdDQ68NkcriEJlHXOrwj9TUlncbqhdA5B7W1EU0OE/s1600/matriz_corea%25C3%25BA_davi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4HK0gJzHCLXWv0OsJHvK7Avak0n4gUPRfj2xiAp8ZE3tV-tgPFOsEsuf8eje3ypaub5YusWsPVlmZBVh69EN5F7n5xYBR3gYrLwZSdDQ68NkcriEJlHXOrwj9TUlncbqhdA5B7W1EU0OE/s400/matriz_corea%25C3%25BA_davi.jpg" width="248" /></a></div>
<br />APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-17203570927013136642016-01-30T17:51:00.002-08:002016-01-30T17:51:39.992-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_wMLDBe_mZF9Q6Q-TV-aqwrHzGy_Qj3ZWB-5zVH5hkTWIw0GBR5xMHhF0Pd3z0u3A7uCYp9UR_Pz0jXM_6bkqA403hyX8DFWnZgz8KRyyfR4dKoBctV91pmNRf8kZr8MW794w3R3jmhgp/s1600/rio_coreau_davi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_wMLDBe_mZF9Q6Q-TV-aqwrHzGy_Qj3ZWB-5zVH5hkTWIw0GBR5xMHhF0Pd3z0u3A7uCYp9UR_Pz0jXM_6bkqA403hyX8DFWnZgz8KRyyfR4dKoBctV91pmNRf8kZr8MW794w3R3jmhgp/s640/rio_coreau_davi.jpg" width="403" /></a></div>
APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-68875505479548499332016-01-25T18:08:00.003-08:002016-01-25T18:08:38.179-08:00TELA DA IGREJA MATRIZ DE COREAÚ<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0g8MI1V_jpdabEhpXed6IH2TI9OqNYeEHbmeoFYtPc4O18LH-EBbr7iYUDuzU1TODvc8r2hKcHzCI2DXJCOIX4vWvXkwUt-EZWlIjRzxFDeK8Tb2wq0lei1m37BiHRXc28zJ8sYJ9s5FO/s1600/matriz_gin%25C3%25A1sio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0g8MI1V_jpdabEhpXed6IH2TI9OqNYeEHbmeoFYtPc4O18LH-EBbr7iYUDuzU1TODvc8r2hKcHzCI2DXJCOIX4vWvXkwUt-EZWlIjRzxFDeK8Tb2wq0lei1m37BiHRXc28zJ8sYJ9s5FO/s400/matriz_gin%25C3%25A1sio.jpg" width="327" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Observem esta imagem </div>
<div style="text-align: center;">
Feita com simplicidade </div>
<div style="text-align: center;">
Pelos alunos do Ginásio </div>
<div style="text-align: center;">
Símbolo em nossa cidade </div>
<div style="text-align: center;">
É nosso cartão postal </div>
<div style="text-align: center;">
Nossa religiosidade </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Não é dum Portinari </div>
<div style="text-align: center;">
Nem Tarsila do Amaral </div>
<div style="text-align: center;">
É de alunos criativos </div>
<div style="text-align: center;">
Cursando o GINASIAL </div>
<div style="text-align: center;">
Mas com força de vontade </div>
<div style="text-align: center;">
Um dia se igualam aos "tal".</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
(Davi Portela)</div>
APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-56487924765051841932016-01-23T06:05:00.002-08:002016-01-23T06:06:20.922-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHC91_OS9egwm-S23lp8jHy2KQXUGpZNBtXoVpJBPRJT4wdqaN6BnCWu3STHmLOoq1MxuUonluO29os8htRj4SkKOVX9Ql_OLuv3zQJD8Mq2fRBFxYVx0a-PvPg1Tx7AFscVpRAM7JYIoD/s1600/a_partida_da_seca_davi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHC91_OS9egwm-S23lp8jHy2KQXUGpZNBtXoVpJBPRJT4wdqaN6BnCWu3STHmLOoq1MxuUonluO29os8htRj4SkKOVX9Ql_OLuv3zQJD8Mq2fRBFxYVx0a-PvPg1Tx7AFscVpRAM7JYIoD/s640/a_partida_da_seca_davi.jpg" width="492" /></a></div>
<br />APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-26127498126565228292015-12-02T08:41:00.002-08:002015-12-02T08:41:13.732-08:00UMA HOMENAGEM AO MENINO FRANCISCO LUCAS CAVALCANTE SILVA<div style="text-align: justify;">
O pequeno estudante tinha um sonho, como qualquer criança de sua tenra idade. </div>
<div style="text-align: justify;">
Brincar com os colegas e amigos, estudar, fazer os deveres de casa, ir à Escola etc..</div>
<div style="text-align: justify;">
Para no futuro ser útil à sociedade, trabalhar e constituir sua própria família,</div>
<div style="text-align: justify;">
Para a alegria e orgulho de seus pais e atendimento ao enunciado bíblico.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas a insensatez humana lhe roubou o futuro. O presente não mais existe.</div>
<div style="text-align: justify;">
Só restaram a saudade, a dor e as lembranças do passado tão curto, pois não lhe deram chance de ter o amanhã. Talvez o destino tenha a sua parcela de contribuição, por não se saber os desígnios de DEUS. </div>
<div style="text-align: justify;">
O fato é que naquele lindo dia de 19/11 (Dia da Bandeira) do ano de 2015, ao começo da bela manhã ensolarada na zona rural de Coreaú, sua mãe o embarcou no tal “ônibus escolar” para levá-lo à Escola, como fazia todos os dias. O transporte estava sempre lotado de crianças, mas sequer LUCAS chegou à Escola, pois o caminho da Escola foi tragicamente interrompido quando foi lançado para fora do veículo pelo para-brisa, e jogando-o ao chão, tendo morte imediata, instantânea, e tudo fruto do descaso e negligência do Poder Público. LUCAS é mais um anjinho no Céu.</div>
<div style="text-align: justify;">
As Leis da Física (Lei da Quantidade de Movimento e a da Inércia) e o DN não negam.</div>
<div style="text-align: justify;">
Se o tal “ônibus escolar“ tivesse os cintos de segurança nos bancos, certamente ele estaria vivo na casa dos seus pais. </div>
<div style="text-align: justify;">
Mas não, é todo irregular: pneus carecas, ferrugem, extintor de incêndio ninguém sabe, sem identificação horizontal indicando transporte escolar, monitor responsável dentro do ônibus ninguém sabe, sem sinto de segurança nos bancos do velho e surrado veículo de mais de vinte anos de uso, além do motorista que não seria habilitado para dirigir o Amarelão. </div>
<div style="text-align: justify;">
O pai de LUCAS (Sr. José Francisco da Rocha) já havia reclamado e denunciado à gravidade do caso do veículo a diretora da Escola, mas nada foi feito e nenhuma providência foi tomada para amenizar ou resolver os graves problemas do transporte escolar daquela zona rural. E ninguém fez nada. E a tragédia anunciada, infelizmente aconteceu.</div>
<div style="text-align: justify;">
E os tais órgãos fiscalizadores (Prefeitura Municipal de Coreaú/Secretaria Municipal de Educação, Ministério Público do Estado do Ceará, Defensoria Pública, Conselho Tutelar, TCM, TCE etc.) onde andavam/estavam e o que faziam, enquanto debaixo dos seus olhos e de suas narinas as Leis e as Normas pertinentes de transporte escolar eram permanente e diuturnamente afrontadas, violadas e desrespeitadas (CRFB/1988, CBT, ECA etc.), e nada era ou foi feito?! Pois se algo tivesse sido feito, não impediria de ocorrer o acidente (pois acidentes acontecem), mas a vida da criança não teria sido grotescamente sacrificada. E não foi por falta de aviso não. O pai de LUCAS já havia reclamado e denunciado os graves problemas do ônibus a diretora da Escola e o Jornal Diário do Nordeste fez e estampou uma extraordinária e completa reportagem especial com o título “(DES) CAMINHOS DA ESCOLA” nesse mesmo corrente ano de 2015 alertando e denunciando tudo e todas as irregularidades, e mesmo assim, ninguém fez nada e nada foi feito para amenizar e/ou resolver os graves problemas, salvo uma operação policial noticiada naquele mesmo dia. </div>
<div style="text-align: justify;">
O desabado do pai de LUCAS registrada na matéria do DN ao saber do trágico sinistro é de sensibilizar e chocar qualquer pessoa, menos as insensíveis e, ao que parece, de quem teria o dever de evitar que isso acontecesse, pois não há como não se indignar com a situação e com o ocorrido.</div>
<div style="text-align: justify;">
Se o Poder Público trata as crianças de hoje dessa maneira, como quererão que sejam os homens do amanhã?!.Muito menos seremos uma “Pátria Educadora.”. Pêsames a família enlutada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
COSMO CARVALHO</div>
APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5143090409529721055.post-73331078058713113422015-10-26T12:13:00.004-07:002015-12-02T08:42:27.620-08:00É dez!!! <div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><span style="font-family: inherit;">Isso
mesmo. Em quinhentos anos de Brasil o Exame Nacional do Ensino
Médio-ENEM fora a mais genial criação de que temos notícias. E os
bons frutos desta semente colheremos num futuro não tão longínquo,
não tenho dúvidas disso. Eles, os frutos, serão no porvir a
comprovação e validação destas mal traçadas linhas. Podes crer.
Não a atoa, uma elite privilegiada que sabiamente já conhece os
benefícios do mesmo para a grande massa de brasileiros excluídos
sempre foi e ainda é contra o mesmo.</span> </span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: medium;"><br /></span>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;">O
profissionalismo das pessoas envolvidas neste evento majestoso
(leia-se, aplicadores de provas, fiscais, professores, secretários e
diretores escolares, dentre outros que direta ou indiretamente fazem
parte do dia a dia da lide docente) dar orgulho a quem exige
qualidade num momento singular na vida de estudantes que almejam
adentrar ao ensino superior. Isso é indiscutível. Isso é
inquestionável. </span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: medium;"><br /></span>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Falo
isso, falo não, escrevo estas mal traçadas linhas com conhecimento
de causa e por ser personagem ativo e passivo dos dois momentos da
educação brasileira: O antes e o depois do ENEM. Como alunos e como
professor. Pela segunda vez, sem propósitos audaciosos me submeto à
prova única. Desde a primeira vez em 2011, já teci comentários
semelhantes.</span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: medium;"><br /></span>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Por
que é dez? Por que um exame de seleção que além de avaliar
milhões de alunos neste Brasil continental e ainda os permite
concorrerem à vagas no ensino superior simultaneamente em várias
universidades não pode ser ignorado muito menos visto como uma coisa
de pouco valor. Isso é o que chamamos de racionalização de gastos
e tempo. É o tal de matar dois, dois não vários coelhos com uma
pedrada só…</span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: medium;"><br /></span>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Com
quase meio século de vida, sentar em uma sala, juntamente com uma
juventude ávida por conhecimento e cheia de sonhos me dar uma
satisfação sem tamanho. É como se eu recebesse um sopro de
vitalidade e jovialidade. Isso não tem preço… E em assim
procedendo eu pude comparar o valioso momento porque passamos hoje
com o nosso momento quando em mesma idade destes jovens num pretérito
não tão distante urrávamos para disputar vaga em apenas uma
universidade.</span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: medium;"><br /></span>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Isso
mesmo. Há menos de duas décadas meus caros jovens concorrer a
vários cursos através dos tradicionais vestibulares nas inúmeras
universidades era um privilégio de poucos. Justamente destes poucos
que hoje atiram pedras no ENEM.</span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: medium;"><br /></span>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Já
leram aquele provérbio que diz: “Só se atira pedra em árvores
carregadas de bons frutos.”? Pois é isso ai. A critica descabida é
justamente porque o mesmo tem suas inquestionáveis qualidades,
técnicas, sociais, científicas dentre tantas outras inumeráveis
ante meu paupérrimo vocabulário. Não nos acanhemos então antes
aos retrógrados e conservadores de plantão sempre dispostos a
atravancar o progresso social de um povo que já está atrasado em
quinhentos anos. Ah… E não se esqueçam. Frequentar as empresas
que comercializam “educação” a preço de ouro não é mais um
grande diferencial para se ter sucesso neste exame. Basta compararmos
os conteúdos programáticos oferecidos tanto no ensino publico como
no privado. A construção do mesmo, ou seja do ENEM, teve como cerne
promover a universalização do acesso independentemente da origem de
seus concorrentes. </span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: medium;"><br /></span>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;">E
por assim eu pensar, mais uma vez eu digo e quem não concordar que
busque saber mais e mude o pensamento: “-O ENEM é dez… Isso
mesmo… DEZ!!!” </span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: medium;"><br /></span>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Manuel
de Jesus da Silva</span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;">(Velho)</span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
</div>
</div>
<span style="font-size: large;"> </span>APL - Academia Palmense de Letrashttp://www.blogger.com/profile/14243772201642407814noreply@blogger.com0