quinta-feira, 31 de julho de 2014

SERTÃO


Nessa terra ressequida, 
Tantas vezes esquecida, 
Pouca água cai no chão; 
De um povo resistente, 
Desde muito padecente 
Das agruras da estação. 

Gente pobre oprimida, 
Generosa e destemida, 
De Luiz, rei do Baião; 
Do forró, da simpatia; 
De prece e de valentia: 
Padim Ciço e Lampião. 

Terra do roceiro bravo, 
Da peleja qual escravo, 
Do vaqueiro de gibão. 
Terra de tanta poesia, 
De viola e cantoria, 
Da festa de apartação. 

Terra do caboco pardo, 
Agarrado em duro fardo 
Nas lidas da plantação; 
De um povo inteligente, 
E de mulherio decente; 
De Lunga e Frei Damião. 

Berço da mãe heroína, 
E da doce cajuína, 
De Alencar e de Tristão. 
Terra de bastante glória, 
A mais fértil da história, 
Conhecida por Sertão.

Eliton Meneses

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