domingo, 25 de janeiro de 2015

O BRILHO DO LUAR


Hoje sei das consequências 
Da vida vinda, vivida... 
O que ela dá, um dia tira 
Tira tirando, oco deixando 
Ausente, ausenta, sedenta; 
Perpetua, eterniza vidas, ao vento 
Sopradas, para o além do infinito 
E amor crava a dor, que o infinito marcou. 
Sempre amei o meu passado 
Amarei, também, o meu futuro 
Coisas boas ficam guardadas 
Mesmo quando engasgadas 
Pela dor, que nunca foi 
Sempre que ficou. 
Dor doída do que perdeu 
Permanecendo, só o alento 
Na calmaria, adormeceu. 
Vivo vive o pensamento 
Em tudo de bom que se viveu 
A minha casa, a minha rua 
No coração permaneceu 
As brincadeiras, as gargalhadas 
O que vestia o que calçava 
O que fazia e o que podia 
Era o limite que permitia 
Na minha casa hoje o vazio 
De tantas coisas que eu contei 
Sem os meus pais, hoje sorrisos 
De tudo deles, como encanto 
Que nunca passa se eterniza 
Guardo guardado dentro do peito 
A sinfonia que me alenta 
Figuras vivas que me enaltecem 
Mesmo que seja o meu pesar 
Pois quando olho da minha janela 
Lhes vejo no brilho do luar. 

Airla Barboza

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