Hoje sei das consequências
Da vida vinda, vivida...
O que ela dá, um dia tira
Tira tirando, oco deixando
Ausente, ausenta, sedenta;
Perpetua, eterniza vidas, ao vento
Sopradas, para o além do infinito
E amor crava a dor, que o infinito marcou.
Sempre amei o meu passado
Amarei, também, o meu futuro
Coisas boas ficam guardadas
Mesmo quando engasgadas
Pela dor, que nunca foi
Sempre que ficou.
Dor doída do que perdeu
Permanecendo, só o alento
Na calmaria, adormeceu.
Vivo vive o pensamento
Em tudo de bom que se viveu
A minha casa, a minha rua
No coração permaneceu
As brincadeiras, as gargalhadas
O que vestia o que calçava
O que fazia e o que podia
Era o limite que permitia
Na minha casa hoje o vazio
De tantas coisas que eu contei
Sem os meus pais, hoje sorrisos
De tudo deles, como encanto
Que nunca passa se eterniza
Guardo guardado dentro do peito
A sinfonia que me alenta
Figuras vivas que me enaltecem
Mesmo que seja o meu pesar
Pois quando olho da minha janela
Lhes vejo no brilho do luar.
Airla Barboza
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