Isso
mesmo. Em quinhentos anos de Brasil o Exame Nacional do Ensino
Médio-ENEM fora a mais genial criação de que temos notícias. E os
bons frutos desta semente colheremos num futuro não tão longínquo,
não tenho dúvidas disso. Eles, os frutos, serão no porvir a
comprovação e validação destas mal traçadas linhas. Podes crer.
Não a atoa, uma elite privilegiada que sabiamente já conhece os
benefícios do mesmo para a grande massa de brasileiros excluídos
sempre foi e ainda é contra o mesmo.
O
profissionalismo das pessoas envolvidas neste evento majestoso
(leia-se, aplicadores de provas, fiscais, professores, secretários e
diretores escolares, dentre outros que direta ou indiretamente fazem
parte do dia a dia da lide docente) dar orgulho a quem exige
qualidade num momento singular na vida de estudantes que almejam
adentrar ao ensino superior. Isso é indiscutível. Isso é
inquestionável.
Falo
isso, falo não, escrevo estas mal traçadas linhas com conhecimento
de causa e por ser personagem ativo e passivo dos dois momentos da
educação brasileira: O antes e o depois do ENEM. Como alunos e como
professor. Pela segunda vez, sem propósitos audaciosos me submeto à
prova única. Desde a primeira vez em 2011, já teci comentários
semelhantes.
Por
que é dez? Por que um exame de seleção que além de avaliar
milhões de alunos neste Brasil continental e ainda os permite
concorrerem à vagas no ensino superior simultaneamente em várias
universidades não pode ser ignorado muito menos visto como uma coisa
de pouco valor. Isso é o que chamamos de racionalização de gastos
e tempo. É o tal de matar dois, dois não vários coelhos com uma
pedrada só…
Com
quase meio século de vida, sentar em uma sala, juntamente com uma
juventude ávida por conhecimento e cheia de sonhos me dar uma
satisfação sem tamanho. É como se eu recebesse um sopro de
vitalidade e jovialidade. Isso não tem preço… E em assim
procedendo eu pude comparar o valioso momento porque passamos hoje
com o nosso momento quando em mesma idade destes jovens num pretérito
não tão distante urrávamos para disputar vaga em apenas uma
universidade.
Isso
mesmo. Há menos de duas décadas meus caros jovens concorrer a
vários cursos através dos tradicionais vestibulares nas inúmeras
universidades era um privilégio de poucos. Justamente destes poucos
que hoje atiram pedras no ENEM.
Já
leram aquele provérbio que diz: “Só se atira pedra em árvores
carregadas de bons frutos.”? Pois é isso ai. A critica descabida é
justamente porque o mesmo tem suas inquestionáveis qualidades,
técnicas, sociais, científicas dentre tantas outras inumeráveis
ante meu paupérrimo vocabulário. Não nos acanhemos então antes
aos retrógrados e conservadores de plantão sempre dispostos a
atravancar o progresso social de um povo que já está atrasado em
quinhentos anos. Ah… E não se esqueçam. Frequentar as empresas
que comercializam “educação” a preço de ouro não é mais um
grande diferencial para se ter sucesso neste exame. Basta compararmos
os conteúdos programáticos oferecidos tanto no ensino publico como
no privado. A construção do mesmo, ou seja do ENEM, teve como cerne
promover a universalização do acesso independentemente da origem de
seus concorrentes.
E
por assim eu pensar, mais uma vez eu digo e quem não concordar que
busque saber mais e mude o pensamento: “-O ENEM é dez… Isso
mesmo… DEZ!!!”
Manuel
de Jesus da Silva
(Velho)