Madrugada, é descanso!
Ninguém passa, é repouso!
A torre, no alto, observa:
o canto da "rasgadeira",
do pardal, da andorinha.
Todos dormem, menos as casas,nem a Matriz!
O sino dorme.
Mas não se cansa de “badalar”,
de nos chamar à Palavra,
Palavra que pode nos dá o eterno descanso!
Todos dormem, Menos a praça,
a Praça da Matriz,
que fica lembrando
a presença imanente dos namorados
das famílias, das homilias, dos encontros...!
Tudo fica no inconsciente.
As pessoas dormem, a praça, não!
Tudo passa, o concreto, não!
A cidade fica acordada,
como quem vigia,
feito as corujas da noite,
taciturnas e misteriosas,
vendo o tempo passar!
(Davi Portela)
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