domingo, 27 de janeiro de 2019

PALMA: A Poesia dos Contextos


Madrugada, é descanso!
Ninguém passa, é repouso!
 A torre, no alto, observa:
o canto da "rasgadeira", 
do pardal, da andorinha. 
Todos dormem, menos as casas,nem a Matriz! 
O sino dorme.
Mas não se cansa de “badalar”, 
de nos chamar à Palavra, 
Palavra que pode nos dá o eterno descanso!
Todos dormem, Menos a praça, 
a Praça da Matriz, 
que fica lembrando 
a presença imanente dos namorados
das famílias, das homilias, dos encontros...!
Tudo fica no inconsciente. 
As pessoas dormem, a praça, não! 
Tudo passa, o concreto, não!
 A cidade fica acordada,
 como quem vigia,
 feito as corujas da noite, 
taciturnas e misteriosas, 
vendo o tempo passar! 

(Davi Portela)

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