domingo, 25 de janeiro de 2015

OS LADRÕES E AS LADRONAS DE SOBRAL

As festas de setembro e as noites de natal, em Coreaú, eram muito animadas na época da minha infância. Muita gente circulando pelas ruas, fazendo compras e se divertindo. As mercadorias vendidas nas ruas quase todas vinham de Sobral: bijuterias, brinquedos, confecções e até picolés. Vinham também as bancas de jogos chamados “caipira”, “pretinha”. Aqueles joguinhos de laçar objetos, as espingardinhas de chumbo, etc. Nossos pais nos davam dinheiro para desfrutarmos de todas essas coisas boas da festa, mas nos advertiam para termos cuidado com os famosos ladrões e ladronas de Sobral da época. Eles furtavam sorrateiramente nas lojas (confecções e peças de panos), na igreja (metiam a mão no bolso dos fiéis), e nas casas de famílias, onde as ladronas pediam para urinar e saíam com os vestidos cheios de objetos roubados. Muitos começavam a furtar já dentro do ônibus de Sobral pra cá e os passageiros chagavam na agência do Dier se maldizendo. Dizem que uma vez esses ladrões e ladronas soltaram uma cobra dentro da igreja do Parazinho (distrito de Granja), para causar tumultuo e eles poderem agir no bolso e na bolsa dos fiéis.

Luis Carlos Teles
Advogado

O BRILHO DO LUAR


Hoje sei das consequências 
Da vida vinda, vivida... 
O que ela dá, um dia tira 
Tira tirando, oco deixando 
Ausente, ausenta, sedenta; 
Perpetua, eterniza vidas, ao vento 
Sopradas, para o além do infinito 
E amor crava a dor, que o infinito marcou. 
Sempre amei o meu passado 
Amarei, também, o meu futuro 
Coisas boas ficam guardadas 
Mesmo quando engasgadas 
Pela dor, que nunca foi 
Sempre que ficou. 
Dor doída do que perdeu 
Permanecendo, só o alento 
Na calmaria, adormeceu. 
Vivo vive o pensamento 
Em tudo de bom que se viveu 
A minha casa, a minha rua 
No coração permaneceu 
As brincadeiras, as gargalhadas 
O que vestia o que calçava 
O que fazia e o que podia 
Era o limite que permitia 
Na minha casa hoje o vazio 
De tantas coisas que eu contei 
Sem os meus pais, hoje sorrisos 
De tudo deles, como encanto 
Que nunca passa se eterniza 
Guardo guardado dentro do peito 
A sinfonia que me alenta 
Figuras vivas que me enaltecem 
Mesmo que seja o meu pesar 
Pois quando olho da minha janela 
Lhes vejo no brilho do luar. 

Airla Barboza