As festas de setembro e as noites de natal, em Coreaú, eram muito animadas na época da minha infância. Muita gente circulando pelas ruas, fazendo compras e se divertindo. As mercadorias vendidas nas ruas quase todas vinham de Sobral: bijuterias, brinquedos, confecções e até picolés. Vinham também as bancas de jogos chamados “caipira”, “pretinha”. Aqueles joguinhos de laçar objetos, as espingardinhas de chumbo, etc. Nossos pais nos davam dinheiro para desfrutarmos de todas essas coisas boas da festa, mas nos advertiam para termos cuidado com os famosos ladrões e ladronas de Sobral da época. Eles furtavam sorrateiramente nas lojas (confecções e peças de panos), na igreja (metiam a mão no bolso dos fiéis), e nas casas de famílias, onde as ladronas pediam para urinar e saíam com os vestidos cheios de objetos roubados. Muitos começavam a furtar já dentro do ônibus de Sobral pra cá e os passageiros chagavam na agência do Dier se maldizendo. Dizem que uma vez esses ladrões e ladronas soltaram uma cobra dentro da igreja do Parazinho (distrito de Granja), para causar tumultuo e eles poderem agir no bolso e na bolsa dos fiéis.
Luis Carlos Teles
Advogado