segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Contagem regressiva Zero ou Enterro de indigente?

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PARTICIPE DO 1º CONCURSO LITERÁRIO DE COREAÚ

Estão abertas as inscrições para o I Concurso Literário de Coreaú, promovido pela Academia Palmense de Letras (APL). Serão premiados nesta edição os três primeiros colocados inscritos em cada uma das duas categorias - prosa e poesia -; os demais participantes receberão declaração de participação. 

O objetivo é premiar textos inéditos nas categorias PROSA e POESIA, valorizando e dando visibilidade, assim, à produção textual do município. Podem se inscrever candidatos residentes ou nascidos em Coreaú, que nutram algum vínculo familiar ou social reconhecido com o município.

Conheça o edital e se inscreva na aba I Concurso Literário de Coreaú, deste blogue.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

COREAÚ - 143 ANOS


Ó vale outrora verdejante; 
Do voo rasante do urubu; 
Ó terra de pássaro errante; 
Do último sopro do boi-zebu. 

Ó várzea um dia deslumbrante, 
Povoada pelo intrépido Arariú, 
Das palmas do negro retirante; 
Da fazenda do riacho Coreahu. 

No horizonte, a silhueta da serra; 
Em setembro, há aroma de caju; 
O algodão se foi, restou na terra: 
A carnaúba e o voar do sanhaçu. 

Torrão de tanta história passada, 
De gente que vaga de norte a sul, 
Que um dia se foi na tua estrada, 
Mas nunca esqueceu teu céu azul. 

Eliton Meneses

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

OS CRISTOS DESTE MUNDO

Se Cristo viesse ao mundo de hoje?

Seria humilhado e maltratado, assim como o foi!

Os pregos e cravos que penetraram o seu santo corpo, sem dúvida, hoje o penetraria com tamanha perversidade!

Muitos dizem: “- Oh, Cristo, quando Tu virás? Sou uma das tuas ovelhas!

Entre anjos e trombetas, o livro sagrado anuncia a volta arrebatadora do Salvador.Não diz quando nem onde...

Somente diz que Ele virá na glória de um rei celestial! Um rei? Eis a questão! Um rei...

Mas os homens de pouca fé não conseguem ver que o Messias – o rei - já está aqui, está no meio de nós, está em muitos lugares!Está na pessoa do aleijado, do encarcerado, dos sem-terra e sem-teto, dos famintos, do menino de rua – o andarilho errante e perdido no mar dos desesperançados - do drogado e dos órfãos de justiça!O Messias está em tantos personagens da vida marginalizada!!Até mesmo os que dizem que são “tementes a Deus” não sabem que o Cristo se faz na pessoa dos pobres de espírito; Quando pregava às multidões, o Salvador disse “Não vi para os sadios, mas sim para os doentes!”

Muitos dizem ter fé! Muitos estão nas sinagogas buscando a Verdade, mas em verdade, muito provavelmente, são eles os fariseus, demagogos e “falsos profetas”. Escutam muito mais os tilintar das moedas, e se fazem de cego e mudo perante o sofrimento do irmão. Sim, do irmão! Aquele mesmo irmão de “carne e osso”, com os defeitos e necessidades! O Cristo disse: “Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Muitos dizem ter fé, porém, é uma fé cega e surda! CEGA porque não conseguem ver os irmãos-CRISTO a perecer no mar da amargura, nos guetos fétidos e desumanos, sem nenhuma perspectiva do agora e do depois! SURDA porque não conseguem escutar os clamores das minorias oprimidas, da mensagem evangélica que sai da boca dos Cristos deste mundo!

O Cristo está aqui! Vive entre nós! Está tão perto, porém, tão distante! Perto porque são muitos os que pedem clemência! Está longe dos corações petrificados, insensíveis ao sofrimento do irmão. E agora, o que fazer?! Amá-lo ou ignorá-lo?! Afinal, veja que não é aquele REI tão pomposo, cheio de glorias e trombetas; nem é aquele Cristo branco, pintado bem ao gosto da Europa, e não ostenta luxuria nenhuma! É apenas um irmão-Cristo, um irmão terreno que pede auxílio e proteção! É tão somente o meu, o teu, o nosso Messias gritando por uma sociedade que tenha, como base primacial, a igualdade, a fraternidade e a liberdade. Esses são os Cristos deste mundo!!

Davi Portela
Membro da APL

domingo, 22 de setembro de 2013

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

TEMPESTADE

T   M  E  T  D
   E   P   S   A   E

O vento vem,
A poeira sobe,
O povo grita,
As portas fecham,
As crianças choram,
As mulheres rezam,
Os homens resmungam,
As árvores balançam,
As telhas batem,
Os cães latem.
O
r
e
d
e
m
o
i
n
h
o
Arrasta
tudo
que
está
no
seu
caminho.


Jesus Frota Ximenes

O CEGO E SUA ÓTICA

Havia um cego
Que pedia esmolas
Em meio às sacolas
Do, dali, comércio.

Gritava alto
Clamando por pena
Deprimente cena
De miséria humana

Defronte à ótica
Onde estava
Quem ali passava
Podia lhe ver.

Não sei qual cego
De fato era
Mas se tolera
O seu sofrer.

Ninguém o via
Pesar dos gritos
Em seus finitos
Mundos se foram.

Multidões passaram
E quantas viram
Ou se admiram
Do que ele escolheu?

Penso que o cego sou eu
Que demorei ver:

Quão triste é a contradição
Um cego balançando a mão
Suplicando em frente à ótica
Em sua cena
Obcena
Exoticamente
Humana.

Benedito Gomes Rodrigues

domingo, 8 de setembro de 2013

SERTÃO

A seca chega ao sertão,
O povo se preocupa,
O gado emagrece,
Água não tem,
Forragem tampouco,
O dono a desesperar,
Os animais têm fome e sede,
A família pra alimentar,
A esperança é ativada,
A primeira gota cai,
Chuva no roçado,
Fartura no sertão.

Jesus Frota Ximenes

INSPIRAÇÃO ZERO!

Estou sentindo uma energia
Que me pede para fazer um poema
Mas preciso de inspiração
E não sei qual será o tema.

Começarei falando de amor,
Um amor eterno e lindo,
Mas como de amor?
Se amor eu não tenho e não sinto.

Falarei então de amizade,
Um sentimento tão leve e descontraído,
Mas se eu já disse que é leve e descontraído
O que mais me resta falar, a respeito de um amigo?

falarei a respeito de futebol
Um esporte bonito e competitivo
Onde vence o time que melhor jogar em grupo
Mas espera! Lembrei!
Não gosto de esportes coletivos!

Portanto, escreverei acerca dos números,
Falarei de equações, fórmulas e álgebra,
Mas por que meu poema será sobre números?
Se eu amo o português, e não a matemática.

Desisto de fazer este poema
Que teima em permanecer oculto dentro do coração,
Afinal, não sou mesmo um poeta,
Sou apenas um garoto sem nenhuma inspiração!

Kelvis Albuquerque

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

MEMÓRIA

Pego a caneta, mas a memória falha e não deixa eu expressar.
Sei que são muitas as coisas que tenho a escrever,
Mas a memória não está mais como antigamente.
Não sei se estou escrevendo correto,
Mas é isso que consigo fazer neste momento.
Enquanto a memória não me ajudar a fazer meus poemas,
Vou apenas escrevendo o que me é possível.
Espero que o tempo não me faça mais esquecido.
Porém, ele passa e eleva consigo os tempos da juventude.
A minha memória e o tempo estão me direcionando a um fim,
Que apenas a história é capaz de lembrar.

Jesus Frota Ximenes

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O LOBO

Sempre, às vezes...
Vejo um lobo desgarrado.
Sozinho em sua trilha;
Não vai seguir a matilha,
Pois querem uma vítima fraca,
E só quem merece ele ataca.
Por que então segui-la?
Ele sabe que é.
E o que são ele não é.
Seguindo seu caminho,
Ele é um bom lobo mau.

Francisco Eleumar Vaz Cordeiro

BANDEIRA DE COREAÚ EM FOTOMONTAGEM


A ÁGORA E O AGORA!

Não me interessa uma cidade deles. Onde eles cruzam a bola e correm pro cabeceio. Interessa-me uma cidade viva, que se discuta, se planeje, se curta! Uma cidade onde os homens sejam sujeitos de sua história. Uma cidade onde a dor seja sofrida em grupo e a cura seja buscada, coletivamente! 

Para que quero uma cidade onde os doutores gritam e eu apenas ouço, escolhendo ficar calado ou sair correndo?! O que querem de mim, nessa cidade? Que eu seja como as rochas e dormentes de trem, que se deixam ficar anos a fio, vendo o tempo passar? 

Interessa a elas apenas meus impostos, minhas taxas, meu pouco sangue? Ora, não foi essa vida que eu escolhi pra mim, enquanto cidadão! Quero viver a vida, chorar, gemer, sorrir, ser feliz! Quero a dor, quero o amor, o desamor, a festa, o rega-bofes e não apenas a fatura fria! Quero minha cidade pulando que nem cabrito nos montes da vida. Quero minha gente na vanguarda da felicidade, montando o alazão da contemplação da vida! 

Chega de mesmices e de senhores sisudos gritando palavras que me ferem as oiças! Pra lá, doutor! Leve daqui seu balaio de sandices! Quero outro mundo!

João Teles de Aguiar

PERPASSA O VERSO A CRIAÇÃO


falta inspiração
profundamente
em olhar a beleza
evidente
que se esbanja
a frente do poeta
que 
para
pensa
repara
repensa
regurgita
e acredita
que aquilo que ele escreveu
realmente
é poesia
inspirada em sua inteligência
falta a crença humilde
ora, que nada, que escreve
retrata
antes, cria
o que se quer
ou não se espera
do mundo
que rodeia
o fundo
de toda poesia.

Benedito Gomes Rodrigues

O NASCER DO DIA


Os pássaros vivem a cantar,
A dona começa a pelejar,
As galinhas a cacarejar,
Assim começam a labutar.

O galo canta o primeiro canto,
O cachorro vem com o latido,
O dono aparece abatido,
Saindo do quarto de um recanto.

Uma vaca aparece mugindo,
O garoto começa a chorar
E sua mãe vem para consolar.

O sol nascendo no horizonte,
As portas começam a se abrirem,
Brotando um novo dia no sertão.

Jesus Frota Ximenes

domingo, 1 de setembro de 2013

OU MUDA OU SE ESVAI

Foto do Blogue Coreausiará.
Eu clamo um hino novo de verdade,
Colorido pelo novo reluzir.
Eu canto um dia novo pra cidade,
Construído pelo fator de agir.

E cada luz que se passa vai,
De alumbramento, à minha tristeza.
Ó, terra nossa, que é nossa riqueza!
Eu ei de ter-te; muda ou se esvai.

Que nada tema, nem nos apavore,
Por mais longínqua que esteja a conquista,
Que o oportunismo não nos devore,

Nem que o amor largue a nossa vista.
Faço estes versos a minha oração;
Não caia, ó luta, que embala a canção!

Benedito Gomes Rodrigues

VAQUEIRO

Pintura de Ernst Zeuner
Hoje é sexta
A ração foi dada
Para boiada
Depois da sesta.

Estão no curral
Para descansar
E a noite passar
Deitados no bamburral

O vaqueiro levanta
Cinco horas da manhã
E seu filho lá está.

Entregaram a mãe
Para a distribuição
No café da manhã.

Jesus Frota Ximenes