Pintura de Rodrigo Machado. |
Salve-se quem puder!
Os relógios todos pararam
As máquinas desandaram
Carro nem de marcha ré.
Nada mais há de moderno
Cederam-se as invenções
Pararam-se as nações
O que se pensava eterno!
Tudo decaiu duma só vez!
E esse era o final das contas
Ninguém mais precisaria
Pagar conta de energia
De internet ou outras mais.
Nada mais!
Nada nos separaria de animais
Nada, absolutamente nada!
Tornar-nos-íamos novamente
Voltaríamos à semente
Pura e não germinada
Seríamos sempre nada
Tudo que sempre fomos
E nunca aceitamos
Sem enfeites de tecnologia.
E sei que esse dia
Não custará chegar...
Ai, o que será de nós?!
Nós que tememos nos desnudar
Ai, o que será de nós?!
Quando todo o conforto acabar
Nem quero ver!
Talvez já tenha morrido
Mas, sei lá, se pudesse eu assistir...
Iria, quem sabe, morrer de rir
De nossa miséria disfarçada de poder.
Benedito Gomes Rodrigues
Membro da APL
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