domingo, 19 de janeiro de 2014

ENQUANTO HOUVERMOS

Bem te direi que amarei-a sempre,
mas na areia do tempo não cabe
nada que dure, que não se acabe,
nem mesmo eu que aqui te escrevo.
E, ademais, tudo que julgara
ter a firmeza nobre de uma rocha
tão logo veio já se desmanchara
no sopro quente do amanhã pendente.
Não hei de querer-te para sempre,
nem a nada mais, qualquer que seja...
Hei de querer-te no vão do presente,
rodeado de mil incertezas...
Sem saber ao certo onde estivemos,
e a impressão sincera de uma união.


Benedito Rodrigues

Nenhum comentário:

Postar um comentário