Não há como deixar de te amar
Coreaú, não há como te esquecer
Do leite mugido na porteira do curral e da gostosa palma (broa)
Que outrora encarnou seu próprio nome
Da feira aos domingos no agito do mercado
Das brincadeiras de infância
Jogo de bila e futebol de bola de meia
Do carrossel da escola e da turma da gata
Do banho na Passagem (rio Coreaú)
E na saudosa Barragem
Do Círculo Operário e Ginásio Municipal
E dos amigos e colegas da escola
Da professora que reclamava da traquinagem dos alunos na casa dos pais
Da paquera, flerte e do namoro na Praça da Matriz
Mas o vocabulário já mudou: ficar, pegar, azarar ...
Das tertúlias e das festas no Coreaú Social Clube
Do açude Velho (Chico Camilo) e do açude Novo
Do apito da macaboqueira
Anunciando tranquila a sua chegada
Da gigante e desafiadora Penanduba
Do Araquém (Santo Antônio), Ubaúna (Trapiá) e Aroeiras
Do Sítio Penedo e da Várzea Cumprida
Das festas da padroeira
Quando os filhos distantes
Reencontram em setembro seus familiares e amigos
Da sorte no caritó
Da partida para a capital
Para lutar por melhores dias
Mas a velha Palma, o nosso Coreaú
Insiste em marcar passo
Sem sair do lugar
E sem a esperança se desnudar
Por ainda não encontrar a sua verdadeira vocação
Com o desenvolvimento do seu torrão
Por ainda faltar amadurecimento político
Para as coisas acontecerem
Mas quem sabe um dia
Coreaú entre nos trilhos do desenvolvimento e do progresso
Para a alegria, orgulho e bem-estar de seu povo!
COSMO CARVALHO
Membro da APL
Excelente poema! Uma passeio de arrepiar na Palma de ontem e de hoje!
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