A mensagem que hoje dorme à escrivaninha.
Larguei-a ao léu do frio, inconformado,
Contudo, não larguei a angústia minha.
E com o tempo que a tudo consome,
Repartiu-se pobremente meu amor.
Na palavra não havia mais meu nome;
Esvaiu-se por completo meu labor.
Tal tristeza carregava a poesia.
Eu, teimoso, cultivei-a, salutar.
Maltrapilhos versos do passado.
Porém, houve o dia de lembrar,
Rebusquei-os no fundo empoeirado,
O invés de preces à humana ironia.
Benedito Gomes Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário