domingo, 23 de março de 2014

IMPERTINENTE FOCO

A imagem nada mais é que o reflexo,
Nítido, desfocado, presente, ausente;
O que se reflete: é visível, ou não!

Ressaltado, apagado, polido, opaco,
Ou pode ser fraco. Claro, escuro,
Murmúrio, tristeza, destreza, fortaleza!

Ou, o que se queira ver,
Ser, parecer, pintar! Assim sendo,
A ilusão daquilo que se vê
Permite imaginar, criar, fantasiar...

Determinar, suspeitar, analisar!
A hipótese, o diagnóstico, o prognóstico,
Carregado, sempre, de profundos detalhes
Viáveis, inviáveis, contraditórios e confusos.

Impertinente foco! Não quer ser visto!
Fragilidade, limitação, lamentação,
Amargura, em vão...

Pertence a imagem que
Propaga-se, e não se apaga,
Nem mesmo ao escurecer.

Essencial presença que,
Ao involuntariamente sorrir,
Colore a imagem, muda o ângulo,
Transforma a figura!

Impertinente foco!

Airla Gomes Moreira Barboza

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