sexta-feira, 10 de maio de 2013

ÊXODO RURAL EM COREAÚ


É impressionante o número de pessoas que têm saído de Coreaú nos últimos anos em busca de trabalho noutros Estados da Federação, principalmente em Mato Grosso e Paraná. 
Exercendo o cargo de Técnico Judiciário, no Fórum de Coreaú, tenho constatado que são pessoas entre 18 e 30 anos de idade, geralmente chefes de família (homens) sem nenhuma expectativa de renda mensal. Essa constatação se dá com a expedição, pela Secretaria de Vara Única, de Certidão de Antecedentes Criminais (ou folha corrida, como dizem), do trabalhador interessado, cuja qualificação é ali registrada. 
Tanto em anos anteriores, bem como já nesse ano de 2013, dezenas de homens requereram (e continuam requerendo), no Fórum local, a sobredita certidão, e, indagados sobre o pedido, tais pessoas informaram que se tratava de uma exigência da empresa na qual pretendiam ser admitidos. 
Na verdade, em seu grande lastro, são agricultores ou trabalhadores rurais, contratados por um agenciador, que os recebe e faz-lhes o cadastro para, em seguida, acordarem uma data para a viagem, que é feita quase sempre de ônibus. Mesmo sendo a maioria homens do campo, fazem questão de serem qualificados como marceneiros ou serventes de pedreiro, haja vista que irão trabalhar na construção de grandes silos de soja, ou na construção civil. 
De toda sorte, trata-se de uma saída de caráter temporário, pois quase todos retornam em poucos meses, todavia essa migração, pelo que se infere, merece uma atenção do poder público municipal, para fins de adoção de medidas assecuratórias que visem à permanência do homem no campo, como a implementação de políticas agrícolas locais. 
Enfim, o trabalhador rural se evade em busca de um trabalho para sustentar a sua prole, depois retorna, mas não encontra aqui, em definitivo, uma situação que lhe garanta uma atividade laborativa satisfatória, de modo a fixá-lo de vez em seu torrão natal. 

Coreaú-CE, 10 de maio de 2013.

Fernando Machado Albuquerque
Membro da APL

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