O Nada
corta a carne
mais sanguinariamente
que o Verbo,
pois trespassa a palavra dita
e emerge das profundezas
imemoriais
do não-saber,
do não-dizível,
em cuja essência desregula-se a razão.
Eis o Nada:
a Criação
que perambula
a alma;
o que se vê
e o que não -
que traz resquícios
do momento-uno,
ou o não-momento,
em que tudo
efervesceu-se,
evaporou-se
e nasceu -
em silêncio.
Benedito Gomes Rodrigues
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