quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

PRINCÍPIOS

Distraído, eu folheava meu livro, quando duas crianças passaram em frente à minha casa. De repente, a garotinha disse ao seu amigo “eu aceito seu pedido de desculpas”. Ambos deviam ter no máximo sete anos de idade. 

Cessei minha leitura e passei a meditar: como o mundo seria um lugar bem melhor, se as pessoas seguissem o exemplo daqueles dois, tanto do garoto que humildemente pediu desculpas, quanto da menina que fraternalmente a aceitou. Mas, enfim, que falta aquele garotinho cometeu para com a menina? Não sei, não importa, seu gesto de reconhecer o erro e, sobretudo, de solicitar perdão à menina sobressai-se ao motivo que gerou o pedido. E pensar que os dois são tão jovens! Contudo, talvez, eles cresçam, e o mundo ensine-os que não devem pedir desculpas quando errar, ou aceitá-los quando os outros os magoar. É como já diria Darwin “os que melhores adaptam-se, sobrevivem”. No entanto, queremos mesmo adaptar-nos a fazer desses costumes princípios em nossas vidas?  

Talvez um simples pedido de desculpas pareça indigno de atenção, todavia, pense bem, pois são ações assim, aparentemente supérfluas, que podem dar-nos uma leveza colossal em meio a um cotidiano estressante e cheio de inimizades.

Kelvis Albuquerque

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